Primeiro grupo de pinguins reabilitados em 2024 é solto em Florianópolis
15 pinguins reabilitados retornam ao mar em Florianópolis/SC
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) realizou nesta quinta-feira (8) a primeira soltura de pinguins reabilitados neste ano. Um grupo de 15 animais retornou ao mar na Praia do Moçambique. A Associação R3 Animal, instituição executora do PMP-BS em Florianópolis, foi responsável por parte dos resgates, reabilitação e soltura dos animais.
Em Florianópolis, 2159 pinguins-de-Magalhães foram registrados na temporada 2024, dentre vivos e mortos, até cinco de agosto. Desse total, apenas 131 estavam vivos na hora do resgate. O primeiro registro foi em abril, na Praia da Joaquina.
Após o resgate na praia, os animais vivos são encaminhados para o Centro de
Reabilitação da R3 Animal, onde recebem tratamento veterinário até estarem aptos para soltura. A processo de reabilitação inclui ganho de peso, hidratação, equilíbrio da temperatura corporal e treino da piscina para melhorar o condicionamento físico.
“A soltura é sempre um momento de felicidade, porque sabemos como é difícil a parte de reabilitação. Eles chegam muito debilitados e muitos acabam morrendo. Então, cada um que a gente solta é muito gratificante”, relata Marzia Antonelli, médica veterinária do PMP-BS/R3 Animal.
Além dos pinguins que atingiram Florianópolis, a R3 Animal também reabilita pinguins encaminhados de outros municípios de Santa Catarina e previamente estabilizados. Nesta primeira soltura do ano, seis pinguins foram resgatados na capital catarinense por meio do PMP-BS/R3 Animal, cinco vieram do PMP-BS/Univille, três do PMP- BS/Udesc e um do PMP-BS/Univali.
Migração dos pinguins
No outono e inverno, os pinguins-de-Magalhães partem de suas colônias reprodutivas na Patagônia Argentina em busca de alimentos em águas mais quentes, quando atingem o litoral brasileiro, principalmente as regiões Sul e Sudeste.
Os pinguins são gregários, mas é comum que indivíduos mais jovens se percam do bando, devido à inexperiência da primeira migração, e acabem encalhando nas praias exaustos, afogados desnutridos e hipotérmicos. Ações antrópicas como petrechos de pesca e poluição marinha agravam a situação.
Ao encontrar um pinguim na praia:
– Não force o pinguim a voltar para água. Se ele atingiu a praia, é porque está exausto ou debilitado;
– Se ele estiver nadando, não se aproxime. O resgate ainda não é autorizado;
– Não o coloque em contato com gelo. Animais debilitados costumam apresentar hipotermia;
– Não tente tocá-lo ou alimentá-lo
– Afaste animais domésticos;
– Acione o PMP-BS: 0800 642 3341.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A Associação R3 Animal executa o Trecho 3 que corresponde a Florianópolis.
Foto Destaque: Laíza Castanhari/R3 Animal