Exclusivo: Presidente do “HotéisRio” faz uma análise do momento atual e revela as perspectivas para 2022

Exclusivo: Presidente do “HotéisRio” faz uma análise do momento atual e revela as perspectivas para 2022

Imagem - divulgação

   Alfredo Lopes é formado em Administração de Empresas e Engenharia Civil pela Universidade Gama Filho, com pós-graduação em Engenharia Sanitária e de Segurança do Trabalho, é diretor da Protel Administração Hoteleira, empresa integrante do Grupo Santa Isabel, desde 1982. Preside o Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (HotéisRIO) e a Associação Comercial e Industrial do Recreio e Vargens (ACIR). Entre outras frentes de atuação, preside o Conselho Empresarial de Turismo da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), e é diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi). Foi presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) em vários mandatos e, hoje, está à frente do Conselho Deliberativo da associação.

   Em um contexto de retomada da economia e reaquecimento do setor hoteleiro depois de imensos desafios gerados pela pandemia da Covid-19, eu entrevistei o presidente do HotéisRio, Alfredo Lopes. Na oportunidade ele fala sobre os desafios que o segmento tem enfrentado o reaquecimento do setor, a situação real dos hotéis no momento entre outras coisas.

 Como está a situação atual do setor hoteleiro no Rio de Janeiro?

  R: No último semestre do ano passado experimentamos uma vigorosa recuperação. O avanço da campanha de vacinação e as ações que nosso setor tomou, como os rígidos protocolos de segurança sanitária implantados, melhoraram o cenário. Tivemos, também, ajuda da sazonalidade do turismo no verão, embora eventos importantes como Réveillon e Carnaval não possam ser realizados com toda sua capacidade. Ainda há o que fazer: é preciso, por exemplo, retomar o turismo de negócios. São impactos que afetam o mundo todo e todos os setores, não é exclusividade do Turismo. Mas trabalhamos para que, em breve, possamos voltar aos nossos patamares habituais.

 Qual o panorama da situação de desemprego e de criação de novos postos de trabalho no setor?

   R: É claro que, por conta do cenário de saúde pública que atravessamos, há dificuldades. No auge da pandemia, entre março e maio do ano passado, a ocupação chegou a cair de 70% para 5%, com cerca de 90 hotéis e albergues fechados e mais de 25% dos postos de trabalho suspensos de forma permanente ou temporária. Foi muito duro. No entanto, estas vagas estão sendo recuperadas em sua totalidade e não só voltaremos a trabalhar com força máxima como criaremos novas vagas. Nosso setor gera, para cada quarto, até 4 empregos, sendo um direto e três indiretos. Pelas boas expectativas da temporada esperamos não somente recuperar as vagas, mas também abrir novos postos de trabalho.

Quais têm sido os maiores desafios dos hotéis nesta pandemia?

   R: A pandemia ainda não acabou. Portanto, a hotelaria está atenta aos protocolos de segurança sanitária e continua sendo uma opção segura para o viajante. Um grande desafio, até pela logística de voos, é trazer novamente os turistas estrangeiros – a maior parte de nossa ocupação tem origem doméstica – e retomar os eventos do turismo de negócios. O turismo não se sustenta sem um calendário de eventos robusto, uma agenda sólida.

Quais são as medidas que o senhor tem tomado para promover a ocupação dos hotéis diante do contexto atual?

  R: Temos investido em diversas campanhas promocionais, como “O Rio não para” e “O Rio continua lindo. E perto!”, focadas em turistas nacionais, em especial os oriundos de estados vizinhos, pois a pandemia aumentou muito o número de pessoas que usa o transporte rodoviário e, consequentemente, opta por destinos próximos de sua residência.

 –  Outro projeto no qual apostamos é o ProCap. O Programa de Capacitação tem como objetivo promover treinamento, atualização, promoção e venda de destinos fluminenses junto aos operadores do receptivo nacional e internacional, para que possam apresentar seus atrativos turísticos às agências de viagens e ao público final. A proposta é realizar uma aproximação entre as atrações locais e os principais representantes do segmento operador alcançando, consequentemente, os visitantes potenciais. A primeira edição do ProCap no interior do estado aconteceu em Petrópolis, na Região Serrana; a região turística do Vale do Café recebeu a segunda edição; a terceira foi realizada nas cidades de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Rio das Ostras e a quarta edição aconteceu na Costa Verde.

Como foi e tem sido a atuação da prefeitura e do governo do Estado do Rio de Janeiro em relação aos hotéis?

  R: A Prefeitura do Rio de Janeiro tem sido grande parceira. A campanha de vacinação está sendo um sucesso e os resultados já aparecem. Dentro de todas as medidas sanitárias que o momento exige, a prefeitura tem se mostrado bem comprometida em acompanhar nossas demandas e atendê-las sempre que possível. No final do ano passado, por exemplo, nós, do HotéisRIO, reunimos diretores e gerentes gerais dos principais hotéis da capital carioca em um encontro com o Prefeito Eduardo Paes. Ele deixou todos animados com sua motivação e confiança nos projetos que envolvem a cidade e na retomada econômica.

Na sua concepção, o que fica de legado positivo da pandemia, no tocante à evolução tecnológica no segmento hoteleiro?

   R: O uso de ferramentas digitais, que já era grande, se tornou intensivo. Os empreendimentos aumentaram a interação com seus clientes no meio virtual, seja por meio de campanhas ou contato direto. Também foi necessário investir mais na qualidade dos sites e na atuação nas mídias sociais. Esse novo cenário veio para ficar, mesmo com o eventual fim da pandemia.

  Quais são as projeções que o senhor faz para a situação dos hotéis no primeiro semestre de 2022?

 R: Esperamos um primeiro semestre muito bom. O Réveillon foi um exemplo disso. Mesmo com as restrições e o cancelamento da programação de shows da Prefeitura, nossa ocupação chegou a uma média de 96% na noite da virada. O número confirmou a expectativa do setor, que previa um grande fluxo de visitantes para apreciar um dos maiores atrativos turísticos do país, o Réveillon carioca. Além dos encantos da cidade, a abrangência da cobertura vacinal e a exigência de comprovante de vacina para acesso a hotéis, restaurantes e pontos turísticos contribuíram para dar tranquilidade aos turistas na escolha do destino, gerando a alta taxa de hospedagem.

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João Costa.  Acesse aqui.