Coreógrafo da comissão de frente da Imperatriz Leopoldinense fala sobre a vitória

Coreógrafo da comissão de frente da Imperatriz Leopoldinense fala sobre a vitória

Imagem: Nelson Malfacini

   Marcelo Misailidis é o primeiro bailarino do Theatro Municipal, é Coreógrafo da Comissão de Frente da Imperatriz Leopoldinense e é Embaixador Cultural do Rio de Janeiro. Misailidis é um premiado idealizador e diretor cultural que atua na concepção de espetáculos musicais e cênicos. Em suas criações, utiliza de suas experiências acumuladas em mais de 25 anos de carreira, atuando em projetos das áreas de teatro, dança, canto, cenografia, figurino e iluminação, além de ser um dos coreógrafos de comissão de frente mais destacados do carnaval carioca.

  Para falar sobre o processo de criação da coreografia da comissão de frente da Imperatriz Leopoldinense, quais foram os critérios de escolha dos integrantes e os desafios enfrentados e das perspectivas para 2024, que eu entrevistei com exclusividade, Marcelo Misailidis.

Como surgiu a ideia de contar a história de Lampião, o rei do cangaço, por meio da literatura de cordel?

R: A ideia do enredo é do carnavalesco, Leandro Viera, que é apaixonado por literatura de Cordel, e por temas brasileiros de um modo geral.

Como foi o processo de criação da coreografia?

 R:  O processo se dá a partir da compreensão estética do enredo e sua natureza naturalmente cômica, lúdica e cheia de picardia natural do Cordel, onde busquei fazer uma analogia entre literatura de Cordel, e uma experiência sensorial que toda criança um dia teve ao brincar no quintal em meio a lençóis estendidos no varal. O varal de casa tornou-se pano de fundo para uma cena clownesca de perseguição de volantes ao bando de Lampião, e nesse ambiente transcorria a sinopse da história de lampião, após ser morto em emboscada não é aceito no inferno, e nem o Padre Cícero, mais conhecido como Padim Cícero lhe dá guarida então ele permanece até hoje vivo vagando no Sertão.

Como foi o trabalho de preparação da Comissão de Frente da Imperatriz Leopoldinense?

R:  Foram 6 meses de trabalho com os integrantes, pois estava com um elenco reformulado para esta proposta, e a Imperatriz vive um momento de muito foco e concentração na busca de bons resultados.

Quais foram os critérios técnicos exigidos para a escolha dos integrantes da Comissão de Frente?

R:  Os critérios foram basicamente características de estereótipos de personagens, muito peculiares entre o bando de lampião e o grupo de volantes, buscando um grupo de forte apelo teatral, mas com boa qualidade de movimentação também.

Quais foram os principais desafios enfrentados ao longo da preparação?

R:  Os desafios maiores são sempre o tempo, uma vez que o processo entre um Carnaval e outro foram de 9 meses. Paralelamente as dificuldades de material, profissionais comprometidos e falta de uma previsão clara do que as Escolas de fato têm para investir, uma vez que os recursos de subvenção são sempre uma incógnita.

Qual o sentimento que descreve a vitória da escola de samba Imperatriz Leopoldinense?

R: Muita alegria com o resultado, sobretudo pelo dilema que a Escola passou nos últimos anos, sendo rebaixada em 2019, venceu a série A em 2020, alcançou um resultado abaixo da sua expectativa chegando em 10° lugar em 2022, e se consagrou campeã nesse ano de 2023. Portanto, uma ascensão meteórica.

Quais as suas perspectivas para o ano de 2024?

R:  Já não é novidade para mim passar alguns bons resultados ao longo da carreira, portanto, sou consciente da dificuldade em se manter no topo. Logo, agora, é necessário muito foco, concentração e trabalho duro.

Para mais informações sobre o entrevistado visite suas redes sociais. Instagram.