Qual é a escola que habita em você?
Qual é a melhor forma para aprender e ensinar?
Qual é o melhor espaço para conviver?
Qual é a melhor forma de se comunicar?
Essas perguntas podem nos levar a refletir e a criar o melhor cenário, assim como fez Paulo Freire ao
descrever que o melhor espaço para estar e aprender é a escola; que escola é, sobretudo, gente que
trabalha, que estuda, que alegra, que se conhece e que se estima.
Complementa ainda que o importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar um ambiente de camaradagem, é conviver, é se “amarrar nela”! Já Rubem Alves fez um comparativo poético ao afirmar que escolas — gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo enquanto escolas aladas amam pássaros em voo.
Foi enfático ao afirmar que essas escolas existem para encorajar os pássaros a voarem.
À medida que o poeta exemplifica cada modelo de escola e como
agem no aluno, podemos repensar a nossa responsabilidade enquanto professores, porque não
queremos pássaros engaiolados, eles viveriam sob controle.
Seu dono poderia levá-los aonde quisesse.
Além de ser um contrassenso, porque a essência dos pássaros é o voo.
Contudo, a escola pode fazer algo transformador: encorajá-los a alçarem voos.
A poetisa Cora Coralina recitou com atenção e afetividade que somos feitos de retalhos, “pedacinhos
coloridos de cada vida que passa pela nossa e que vamos costurando na alma.
Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas nos acrescentam e nos fazem ser quem somos”.
Mas a melhor parte, segundo ela, é que nunca estaremos prontos, finalizados… haverá sempre um retalho novo para adicionar à alma.
Como posso costurar no outro um retalho inspirador?
Ora, isso só depende de você! Pois, ao criar uma atmosfera afetiva ao ensinar, o outro irá sentir que é muito melhor aprender quando existe afeto envolvido.
Foi o que fez Marcelo Cunha Bueno ao compreender que o seu compromisso
enquanto professor é desafiar, é abrir caminhos, é dar as mãos, é generosidade.
Não se educa sem generosidade.
São impressos mapas afetivos nos retalhos da alma e ficam lá para sempre!
Autora: Tânia Belo