Marcio Renzo

Prevenção ao Suicídio

Busquemos mais a Eros e menos a Thanatos em nossa vida.

Outro setembro que se inicia e como ele uma nova Campanha ao combate a um mal que se espalha de forma silenciosa e voraz. O suicídio é um comportamento complexo, não respeita classe social, raça, credo, cor, sexo, idade etc., invade e toma a todos de forma intensa e destruidora.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos morrem mais pessoas por suicídio que por HIV, malária, câncer de mama, guerras ou homicídios.
 No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou em setembro de 2022 números alarmantes. Entre 2016 e 2021 houve um aumento de cerca de 50% na taxa de mortalidade de adolescentes (15 a 19 anos) e cerca de 45% entre os adolescentes de 10 a 14 anos.
 Houve um declínio nos números de suicídios na Europa, porém aumento na Ásia, América Central e América do Sul.

Apenas 38 países dos 193 no mundo tem estratégias nacionais de prevenção ao suicídio.

Na Psicanálise, o foco são os conflitos internos e a mente inconsciente que são determinantes no comportamento humano. Sob essa visão, podemos tecer que o suicídio é uma resultante de conflitos internos profundos, muitas vezes relacionadas a pulsões de vida (Eros) e de morte (Thanatos).

A prevenção ao suicídio, portanto, envolve a busca pela compreensão e o tratamento desses conflitos internos utilizando ferramentas como a análise de sonhos, associação livre, interpretação da transferência e contratransferência e a hipnose.

A ajuda de um terapeuta capacitado é essencial para o estabelecimento de uma descoberta segura e produtiva para essa pessoa possuidora de conflitos. O terapeuta, inicialmente, deve estabelecer uma relação de confiança e segura, onde o paciente se sinta à vontade para explorar seus pensamentos e sentimentos mais profundos.

É essencial na busca pela prevenção que o paciente se sinta à vontade e faça escolhas conscientes e saudáveis e isso é conseguido através do fortalecimento do Ego. Quando o paciente aprende a lidar melhor com as pulsões vida e morte (Eros e Thanatos) mais consciente e integrada, isso faz que se reduza atos destrutivos, como o suicídio.

Outra questão importante é explorar a motivação subjacente ao suicídio. Onde começam a surgir pensamentos de morte como tentativa de resolver os conflitos internos ou de escapar das dificuldades psicológicas que envolvem a situação. Quando esses pensamentos são analisados, o entendimento do conflito ajuda na descoberta e na solução das raízes do problema, o que leva a reduzir os atos suicidas.

Outra variável importante nessa complexa equação de prevenção é a observância e atenção dos familiares, amigos e das pessoas próximas. Quando percebemos mudanças no comportamento desse indivíduo como: isolamento social, mudanças bruscas de hábitos, humor variável e inconstante, comportamentos destrutivos, falta de zelo próprio, deve-se buscar ajuda profissional e dar apoio à pessoa.

Esse apoio pode vir em forma de palavras amigas e nunca julgamentos, pois a pessoa que passa por essa situação já está em constante e severa avaliação por ela mesma.

A busca pela ajuda terapêutica e profissional é muito importante e ao se deparar com pessoas nessa situação, tente orientar e, acima de tudo, respeitar o espaço e a vontade do indivíduo.

Respeito e afeto são os principais componentes dessa ajuda.

Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) – Terapia ajuda?

Transtorno de Personalidade Borderline (TPB): A terapia psicanalítica é uma aliada maior do que se imagina.

O transtorno de personalidade borderline é descrito por uma instabilidade emocional, impulsividade, relacionamentos intensos e tumultuados, além de uma autoimagem distorcida, sendo observado predominantemente (cerca de 75%) em mulheres. Na psicanálise, o TPB é visto como resultado de conflitos internos profundos, frequentemente relacionados a experiências precoces de desenvolvimento.

O TPB pode ocorrer de forma concomitante a um transtorno depressivo ou bipolar, desta forma, podemos confundir seus diagnósticos. O profissional deve evitar o diagnóstico com base em apresentações dos sintomas momentâneos, deve-se ter o cuidado de observar o paciente num curso prolongado e bem documentado. Outros transtornos de personalidades também podem ser confundidos com o borderline. É importante destacar que apresentando características de mais de um transtorno, todos devem ser documentados e considerados.

Outro fato importante, é que algumas condições médicas relacionadas ao sistema nervoso central podem dificultar o diagnóstico e, portanto, deve ser atentamente observado. Outros pontos também a se considerar é o uso de substâncias que causem alterações psicológicas e problemas de identidade relacionados às fases de desenvolvimento, por exemplo a adolescência, cuja situação não se enquadre como um transtorno mental.

Dentro da visão psicanalítica são observados alguns pontos importantes neste transtorno, que diferencia a abordagem deste paciente das demais técnicas psicológicas, como segue:

·        Exploração do Inconsciente: tem o objetivo de trazer os pensamentos e as emoções reprimidas que influenciam o comportamento e as emoções do paciente. É utilizada a associação livre e a análise de sonhos, onde o terapeuta pode ajudar o paciente a acessar e entender os pensamentos inconscientes que podem causar instabilidade emocional.

·   Compreensão do Desenvolvimento Psicológico: pacientes borderline tiveram experiências de insegurança ou traumas na infância. Através da exploração desses eventos, o psicanalista busca entender como eles moldaram a personalidade e os mecanismos de defesa do paciente. Entender as fases do desenvolvimento psicossexual e os conflitos não resolvidos pode oferecer dicas valiosas para a terapia.

·        Análise da Transferência e Contratransferência: Pacientes com TPB frequentemente transferem sentimentos intensos para o terapeuta, replicando padrões de relacionamentos passados. A análise dessa transferência pelo terapeuta permite que ele entenda esses sentimentos, ajudando o paciente a ter consciência de seus padrões emocionais e comportamentais.

·        Fortalecimento do Ego: O borderline está frequentemente ligado a um ego frágil e a dificuldades em regular emoções. A terapia psicanalítica trabalha para fortalecer o ego, ajudando o paciente a desenvolver um senso mais estável de identidade e autocontrole. Técnicas psicanalíticas ajudam o paciente a juntar aspectos conflitantes de si mesmo, promovendo uma autoimagem mais forte.

·        Mecanismos de Defesa e Resolução de Conflitos Internos: Indivíduos com TPB usam mecanismos de defesa como a divisão (ver pessoas e situações em termos extremos de totalmente boas ou totalmente más). Sabendo disso, o analista ajuda o paciente a reconhecer e substituir esses mecanismos de defesa disfuncionais por formas mais flexíveis de lidar com conflitos internos.

·        Integração de Experiências Emocionais: Através da terapia, o paciente pode começar a juntar experiências emocionais fragmentadas em sua mente, promovendo uma compreensão mais profunda de seus sentimentos e comportamentos. O objetivo terapêutico é promover a capacidade do paciente de tolerar e processar emoções intensas sem recorrer a comportamentos impulsivos.

·         Estabelecimento de Relações Saudáveis: Outro objetivo da terapia é ajudar o paciente a entender e modificar os padrões destrutivos em seus relacionamentos. Dentro do espaço seguro da terapia, o terapeuta ajuda-o a explorar e experimentar novas formas de se relacionar com os outros.

·        Redução de Sintomas e Melhora da Qualidade de Vida: A longo prazo, a psicanálise pode levar a uma redução significativa dos sintomas do TPB, como a impulsividade, a instabilidade emocional e os comportamentos autodestrutivos. Quando se promove uma maior compreensão e aceitação de si mesmo, o paciente pode melhorar a qualidade de vida e sua funcionalidade.

Ainda dentro do campo da psicanálise, a hipnose, pode ajudar muito na compreensão e ressignificação de situações “gatilhos” que elevam muito a suscetibilidade de ocorrências, como: alterações de humor bruscas, eventos impulsivos, posicionamentos autodestrutivos e outros.

A terapia psicanalítica para TPB, como todo e qualquer processo terapêutico, é profundo e complexo, desta forma, exige um compromisso muito forte do paciente e do terapeuta. No entanto, com tempo e dedicação, a terapia proporciona uma melhora muito expressiva na saúde mental e no bem-estar do paciente.

Saúde mental: o impacto da violência doméstica além da agressão.

Não precisamos ficar muito atentos aos jornalísticos para que de imediato surjam notícias sobre violência doméstica em algum ponto do país. Segundo o DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher, em pesquisa apresentada em novembro de 2023, três em cada 10 mulheres já sofreram algum tipo de violência doméstica. Tal pesquisa é realizada bienalmente, desde 2005, e serviu como suporte à criação da “lei Maria da Penha”.

Fonte: DataSenado

Uma primeira informação é que, em sua maioria, o autor da violência é o marido ou companheiro em 52% dos casos, seguido de ex-companheiros/maridos/namorados (15%). Outro ponto importante verificado é o tipo de violência que a mulher sofre: violência psicológica 89% dos casos, violência moral 77%, violência física 76%, violência patrimonial 34% e por fim, a violência sexual 25%. É bom destacar que a maioria das mulheres relataram ter sofrido a primeira violência ainda muito jovens.

Avaliando os dados acima, percebemos como é ainda muito forte este tipo de violência, apesar de que nos últimos anos houve aumento das denúncias, seja nas delegacias, igrejas e no próprio seio familiar.

O fato é que a violência doméstica é um dos principais fatores estressores que tem levado mulheres a buscar ajuda relacionado à saúde mental nos consultórios. Transtornos ansiosos e depressivos estão entre os mais citados.

Quando essas mulheres chegam ao consultório, sempre apresentam comportamentos muito acanhados, com vergonha para falar, diminuídas em sua condição, sofrendo com sua autoestima muito baixa. Várias já apresentando doenças físicas em decorrência do nível de estresse sofrido, dentre as principais: doenças cardiovasculares, reumáticas e gastrointestinais.

Dentro do cuidado na saúde mental dessas vítimas o acolhimento deve ser feito de forma muito cuidadosa e muito empática, pois essas vítimas trazem uma carga de preconceito e descaso muito pesada e todo e qualquer novo trauma compromete e muito seu tratamento.

É importante também e, muitas vezes, não relacionado à saúde da mulher, mas que indiretamente causam verdadeiros estragos em sua saúde psicológica, são os efeitos sofridos pelos filhos. Estudos demonstram que os filhos que conviveram com essa violência apresentam dificuldades de aprendizado, déficit cognitivo, além também de transtornos mentais. Isso tudo para a mãe faz com que ela se sinta incompetente e que tenha falhado como mãe, por não conseguir protegê-los.

Algumas mulheres estão mais suscetíveis a vir a sofrer com a violência doméstica, então conhecer alguns fatores ajudam a identificar possíveis agressores e proteger essas mulheres é essencial. Algumas das situações que indicam que a mulher pode vir a sofrer violências são:

- Mulheres que vivem em isolamento social;

- Pouco conhecimento de seus direitos;

- Mulheres com histórico de doenças mentais;

- Uso de álcool e drogas;

- Dependência afetiva e econômica;

- Presença de comportamentos muito rígidos;

- Mulheres excluídas do mercado de trabalho;

- Deficiências;

- Mulheres de etnias, raças e escolaridades menos assistidas.

Para que a violência doméstica tenha seus efeitos minimizados, algumas medidas e atitudes podem ajudar na redução dos efeitos e no acolhimento dessas vítimas, como: manter um bom relacionamento familiar e o estabelecimento de fortes vínculos afetivos; atitude de buscar ajuda de outras pessoas e profissionais capacitados; buscar manter uma autoestima elevada; manter relações harmoniosas no trabalho; ter consciência de seus direitos e ter capacidade de se manter e a sua família promovem a segurança dessa mulher.

É importante também que as autoridades governamentais priorizem uma rede assistencial em saúde e proteção social bem estruturada e integrada, inclusive aos órgãos de segurança pública e judiciário para que realmente se tenha uma proteção efetiva para essa mulher e família atingida pela violência.

Não esqueça, tenha empatia e caso conheça alguém que esteja vivenciando essa situação, ajude e oriente a procurar os profissionais de saúde mental e assistência social.

CIÚMES – Conheça para aprender a lidar com este sentimento.

O carnaval vem chegando e nesta época, com as brincadeiras e folias, muitos relacionamentos ficam abalados por este sentimento. Mas afinal, o que é o ciúme?

Ciúmes é uma emoção complexa e pode ser definido como um sentimento de insegurança, ansiedade ou medo de perder algo valioso para outra pessoa. Geralmente, está associado a relacionamentos interpessoais, como amorosos, amizades ou até mesmo no âmbito profissional.

Dentro da psicanálise, podemos observar três formas do indivíduo demonstrar esta emoção. O ciúme natural é quando a pessoa vê o seu parceiro sendo admirado por outra pessoa em alguma situação social.  Nesta forma de ciúme é considerado normal, pois é causado por uma situação visível e real. Porém desaparece rapidamente.

No ciúme patológico, torna-se inaceitável ao parceiro, pois acaba sendo uma obsessão. A pessoa que sofre com esta versão de ciúmes procura exageradamente coisas um do outro. Vigia o parceiro em todos seus movimentos, podendo segui-lo certos locais, como o objetivo de encontrar alguma coisa que sustente seu ciúme.

Outra forma de ciúme e mais grave é o neurótico, nesta modalidade o ciúme ocorre sem uma causa real, as suspeitas e os medos da pessoa sufocam o parceiro. A relação se torna extremamente tóxica, pois são feitas acusações, provocações sobre o parceiro ser infiel, constantemente. Além de que este tipo, podemos se dizer, que ele se retroalimenta, fazendo seus medos em relação à outra pessoa aumentarem ainda mais.

Como vimos, essa emoção do ciúme está ligada ao medo de perder algo ou alguém para outra pessoa. Portanto, não podemos restringir a apenas pessoas, sendo assim podemos observar uma outra subdivisão desta emoção ligada ao tipo do bem, por assim dizer, da pessoa que sofre com esta ligação.

No ciúme romântico o foco está no relacionamento amoroso. A pessoa tem medo de perder o seu amado para outra pessoa. Nesta modalidade, podemos evitar que o ciúme cresça mantendo uma comunicação aberta e honesta com o parceiro. Fortalecer a confiança é fundamental, compartilhar sentimentos e preocupações ajuda a reduzir os ciúmes.

O ciúme de amizades está ligado a perder a atenção do amigo para outra pessoa. Podemos evitar isso com a comunicação. Definir as necessidades e expectativas do relacionamento faz com que este ciúme não se fortaleça. Participar de atividades juntos também ajuda no controle e fortalece os laços de amizade.

O ciúme também pode surgir nas relações profissionais, quando a pessoa sente que está sendo superado por um colega de trabalho. Para evitar que isso aconteça e torne o ambiente profissional tóxico, concentre-se no desenvolvimento pessoal e profissional. Estabelecer metas realistas e buscar feedback construtivo ajuda a lidar com esta emoção. Melhorar suas habilidades também ajuda a reduzir esse sentimento. Buscar competições internas, desde que saudável, pode ser motivador também, desde que não comprometa o ambiente de trabalho.

Por fim, mas não menos importante, o ciúme dos bens materiais, neste a pessoa sente inveja das conquistas e pertences materiais da outra pessoa. A prática da gratidão ajuda a reduzir este sentimento. Procure estabelecer metas atingíveis para você e trabalhe constantemente para alcançar, evitando se comparar a outras pessoas.

O mais importante de tudo é que em quaisquer que sejam as formas, quando estes sentimentos se tornam excessivos, deve-se procurar ajuda profissional. Trabalhar a autoestima, em qualquer forma, é fundamental. 

JANEIRO BRANCO – NÃO BASTA PARECER BEM, PRECISA SENTIR-SE BEM.

A campanha Janeiro Branco foi criada pela simbologia atribuída ao mês de janeiro. Por se tratar do primeiro mês do ano há essa questão de fechamento de um ciclo e o recomeço de outro. Já branco, por simbolizar a “página em branco” na qual podemos projetar sonhos, desejos, escrever uma história, onde podemos iniciar novos desafios.

O Brasil tem sido considerado um dos países mais ansiosos do mundo e um dos mais depressivos, também.

Desta forma, a importância desta campanha no sentido de conscientizar as pessoas sobre a necessidade do cuidado com nossa saúde mental.

Como podemos ajudar nossa mente a se manter em forma?

Imagem da internet

Conversando com amigos e parentes sobre a necessidade de nos conhecermos melhor. Ao perceber mudanças de comportamento, atitudes inconvenientes ou mesmo um simples isolamento, dar a devida atenção. Perguntar se aconteceu algo incomum ou se está tudo bem.

Em caso de percebermos tais comportamentos e não pudermos ajudar, indicar que procure ajuda de um profissional em saúde mental, tais como: psicanalista (clique aqui para ver ajuda), psicólogos ou psiquiatras.

Devemos também quebrar um importante tabu que é a busca de ajuda profissional. Devemos desmistificar que só devem procurar psicanalistas e psicólogos quem tem doença mental. Esses profissionais estão para ajudar, não somente nos casos de doenças, mas também para melhorar o desempenho profissional, o autoconhecimento e ajudar nas muitas dúvidas que existem sobre o assunto.

Portanto, se tem alguma dúvida, pode procurar ajuda sem medo de julgamentos ou rótulos. Pense nisso e seja mais saudável. 

Novembro Azul – Conscientizar para não medicar.

A prevenção e os cuidados para o câncer de próstata (Campanha Novembro Azul) são essenciais e, conforme a Sociedade Brasileira de Urologia, em 2023, vitimarão cerca de 71,3 mil homens, desta forma, observa-se um aumento de 13,5 % da mortalidade em 5 anos. Trata-se do câncer que mais acomete os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele em índice de incidência. Ainda, representa um valor significativo do total de casos, chegando à média de 16 mil casos de óbito por ano.

O câncer de próstata se apresenta de forma mais comum entre homens com mais de 40 anos de idade, sendo que as alterações patológicas desta glândula aparecem em torno dos 50 anos de idade, sendo que nesta faixa etária também aumenta significativamente a mortalidade. Algumas ocupações profissionais estão mais suscetíveis a desenvolver o câncer, por isso é importante estar atento, como por exemplo, bombeiros, profissionais dos ramos de indústrias de eletrônicos, agricultores, mineradores, indústria de semicondutores e eletrodos, de borracha, atividades noturnas, entre outras.

Arquivo pessoal

É importante destacar que, quando identificado precocemente, esta doença tem cerca de 90% de chance de cura, portanto, um prognóstico muito bom.

Quais os sinais de que algo não está bem?

Um dos sinais de alerta de que há algo de errado com a próstata está relacionado ao crescimento e espessamento dos tecidos da glândula, quando o inchaço comprime a uretra e impede a passagem da urina, tornando a micção dolorosa ou difícil e em casos mais graves, impedindo a passagem e a retenção da urina. Outros sinais e sintomas são: maior necessidade ou demora para urinar. Essas complicações podem levar a problemas na bexiga e rins. Um sinal também é a dor óssea, que costuma ocorrer em casos mais graves também.

Se não tomados os devidos cuidados, as metástases deste tipo de câncer podem se espalhar por todo o corpo, como linfonodos, ossos e fígado.

Como em todas as doenças, a melhor forma de combate é a prevenção. Destaca-se que a idade é um dos principais fatores, se fazendo de extrema

relevância, portanto, a partir dos 45 anos, seja periódica a realização de exames para fazer o controle do PSA e o exame do toque.

Caso seja de conhecimento que há histórico familiar, principalmente antes dos 60 anos de idade, a atenção deve ser redobrada, pois aumenta a probabilidade de incidência do problema de 3 a 10 vezes mais. A obesidade se apresenta como outro fator que aumenta muito o risco.

Como é o tratamento?

As formas de tratamento para os tipos de câncer disponíveis incluem a utilização de medicamentos, terapia hormonal, passando também com opções de tratamentos radioterápicos, chegando até mesmo a técnicas cirúrgicas para a ressecção parcial ou total da glândula.

Como a fisioterapia atua nestes casos?

A fisioterapia será desenvolvida logo após o tratamento médico.

Os principais problemas apresentados pelos pacientes de câncer de próstata são a incontinência urinária e a disfunção erétil.

Na incontinência urinária, o paciente passa a ter perda de urina ou por alterações na bexiga, que não consegue armazenar a urina e a qualquer pressão ou contração involuntária deixa a urina escapar. A outra forma, é pelo déficit esfincteriano. Quando a pressão no abdômen é aumentada, há a perda de urina, a chamada incontinência de esforço.

A disfunção erétil surge pelo comprometimento nervoso no local, devido ao tratamento. O retorno da ereção, sem o uso de medicação, pode variar de três meses a até um ano. A variação depende muito da idade e do tipo de tratamento utilizado. Desta forma, quanto mais jovem o paciente, mais rápida será a possibilidade de recuperação da ereção.

O tratamento fisioterápico deve ser iniciado o quanto antes. Poderá ser iniciado com técnicas de cinesioterapia, biofeedback e eletroterapia.

O psicológico é afetado?

Outro ponto importante a ser observado neste paciente é o psicológico. Este é um ponto crucial para o tratamento e recuperação deste paciente oncológico. O sentimento de incapacidade, a redução na autoestima, a distorção de sua imagem, a redução de sua masculinidade está intimamente relacionada às consequências dessa doença. Portanto, o acompanhamento psicológico deve ser iniciado o quanto antes.

Tenha uma postura consciente e busque manter sua saúde em dia manter sua saúde em dia.

PÉS – VAMOS CUIDAR DAQUELES QUE NOS LEVAM TODOS OS DIAS.

Começou a folia do Carnaval. É um corre para lá, corre para cá. Sobem em blocos, descem de blocos. Pula, pula, dança, mas quem é que parou para pensar em quem está sofrendo mais com estes exercícios? Os pés.

Sim, os pés. Esta parte de nosso corpo que nos leva a todas as partes. Sem eles não andaríamos com facilidade, brincaríamos, dançaríamos, faríamos as tarefas mais simples que necessitam de movimentação.

Você quer sentir a importância de eles estarem bem? Coloque um pequeno espinho na ponta do “dedão” e você sentirá como isso incomoda. Muitas vezes não damos a devida importância a eles, por estar tudo bem, mas quando temos quaisquer alterações neles, sentimos imediatamente a importância que eles têm.

Anatomicamente, os pés são formados pelas nossas falanges, metatarsos e estruturas ósseas do calcanhar, que é formada por um conjunto de ossos, que proporcionam a absorção do impacto dos movimentos, além de contribuir para a adequação do equilíbrio do corpo.

Mas quais os cuidados que devemos ter com nossos pés?

Os cuidados com nossos pés devem ser diários e não somente quando achamos que vamos utilizá-los de forma mais intensa.

1.     Higiene:

A higiene dos pés deve ser feita diariamente com água, sabão ou sabonete. Ter atenção especial entre os dedos, pois é onde é mais comum acumular umidade e com isso, o desenvolvimento de fungos e bactérias é mais intenso nesta região. Secar muito bem, de preferência utilizando talco antisséptico, após.

2.     Hidratação:

Manter os pés hidratados ajuda a evitar rachaduras, principalmente na região dos calcanhares, desta forma evitando que seja uma porta de entrada para microrganismos que podem fazer mal à nossa saúde.

3.     Esfoliação:

A prevenção de rachaduras não é resolvida apenas com o uso de hidratantes. Há a necessidade de fazer a esfoliação local para a retirada de células mortas. É importante esclarecer que o uso de lixas pode ao invés de evitar o espessamento da camada de pele ressecada, haja sim, o aumento dessa camada. Portanto, dê preferência ao uso de cremes esfoliantes.

Arquivo pessoal.

4.     Desodorante para os pés:

O surgimento de odores mais intensos (chulé) é por ocasião de uma higiene mal-feita, ou do conjunto de suor excessivo na região, além do uso de meias de materiais sintéticos, dificultando a respiração da pele. Desta forma, para evitar esse constrangimento, faça uma higienização adequada, mantenha os pés secos e faça o uso de desodorantes, se necessário.

5.     Cuidados com as unhas:

O corte das unhas faz parte da higienização, pois evita infecções e inflamações locais. Lembrando que esta é uma parte importantíssima e que além de tudo requer cuidados, inclusive de como efetuar este corte, pois a não esterilização das ferramentas para o corte, pode causar a transmissão de doenças graves, como: hepatites, aids, entre outras. Portanto, tenha cuidado.

6.     Calçados adequados:

Este é, se não, o principal cuidado nesta época de Carnaval por diversos motivos. Devemos dar preferência para calçados que facilitem a transpiração dos pés. Tenham sistema de absorção de impacto, para aliviar um pouco esta função dos nossos queridinhos. Evitar calçados com solados baixos demais ou altos demais, pois estes podem sobrecarregar as estruturas ou podem facilitar acidentes, como os entorses de tornozelos.

A folia vai começar, o que fazer antes de entrar na brincadeira?

Antes de cairmos na folia, como em toda atividade física devemos fazer alongamentos para preparar a musculatura para o exercício. No caso da folia de carnaval, os membros inferiores e a coluna são os mais requisitados. Alongar de forma calma e manter alongado o membro por, no mínimo, trinta segundos ajudará muito a diminuir os riscos de lesões.

O que fazer em caso de acidente durante a folia?

Em caso de queda ou entorse de tornozelo, que são os principais tipos de acidentes como vimos, manter o membro elevado, se possível, colocar uma bolsa com gelo para minimizar as consequências (inchaço e dor) e procurar o sistema médico de urgência mais próximo. Lembrando que dependendo da queda e da gravidade do acidente, é sempre bom acionar ajuda profissional, como o SAMU, Corpos de Bombeiros ou até mesmo o pronto atendimento do local da festa, caso houver.

Vamos curtir este carnaval com alegria e saúde!

FEVEREIRO ROXO – VAMOS FALAR SOBRE ALZHEIMER?

Segundo dados oficiais, o Brasil possui cerca de 1 milhão e duzentas mil pessoas portadores deste mal e no mundo este número deve chegar a 35,6 milhões de pessoas. Com o envelhecimento da população mundial, esses números sofrerão aumentos expressivos chegando aos 65,7 milhões de portadores em 2030 e em 2050 atingirá 115,4 milhões de pacientes, dois terços deste total se concentrando em países em desenvolvimento.

É importante destacar que, segundo o GBD (Global Burden of Disease), que é um estudo que utiliza um método sistemático para analisar perdas de saúde não fatais e para facilitar comparações entre países e doenças mostrou que no mundo entre 1990 e 2016 os casos de demência aumentaram cerca de 117%, colocando o Brasil em segundo lugar, atrás da Turquia. Este estudo mostrou também que os casos de mortes também tiveram um aumento expressivo (148%), representando cerca 2,4 milhões de mortes, sendo a quinta causa de morte.

A doença de Alzheimer (DA) é uma forma de demência, a mais comum na verdade, porém há outros tipos de demência, como as em decorrências do sofrimento de pequenos infartos em áreas específicas do cérebro que podem provocar alguns dos distúrbios, como: perda de memória, dificuldade de orientação no tempo e no espaço, dificuldade de desenvolver pensamentos abstratos, dificuldade de aprendizado e realização de cálculos simples, dificuldades na linguagem, comunicação, desta forma afetando o paciente na execução de suas atividades de vida diária. Alterações de personalidade também estão presentes, bem como de critério de julgamento.

As causas dessa doença ainda não foram delimitadas com exatidão, porém a idade é o principal fator de risco. A partir dos 60 anos de idade é como os surgimento dos primeiros sintomas, aumentando drasticamente com o passar dos anos. A cada cinco anos o número de pacientes dobram, sendo que a menor parte dos pacientes se concentra na faixa entre os 65 e 74 anos de idade. A partir dos 85 anos, metade dos indivíduos desenvolverão a doença. Outro fator de risco foi recentemente indicado, a obesidade. Os estudos mostraram que pessoas com sobrepeso tinham alterações no cérebro semelhantes ao encontrado em pacientes com DA, acendendo um sinal de alerta para este tipo de paciente.

Arquivo pessoal - Alzheimer

Quais são os sinais e sintomas encontrados?

Esta doença tem uma evolução silenciosa, porém constante. Num primeiro momento surgem a perda de memória, confusão e desorientação, ansiedade, agitação, ilusão, desconfiança, alteração de personalidade e do senso crítico. Começam a apresentar dificuldades de realizar as atividades de vida diária (banho, cozinhar, telefonar, etc.).

Em um segundo momento desponta que a principal característica e a que geralmente leva os familiares a procurar auxílio médico que é a dificuldade de reconhecer familiares e amigos. Outros sintomas se intensificam mais, levando este paciente a uma dependência ainda maior.

Em uma próxima fase e mais crítica é a dependência total do paciente. Nesta fase a atenção tem que ser redobrada, pois a restrição ao leito traz diversas complicações que podem acelerar o surgimento da fase terminal ou levar ao óbito diretamente.

No estágio mais avançado da doença os sintomas da fase anterior são agravados e surgem também as infecções de repetição e a disfagia (incapacidade de engolir alimentos), necessitando de alimentação enteral.

Fisioterapia ajuda??

A fisioterapia age no controle dos sinais e sintomas, buscando promover qualidade de vida, além de trazer o bem-estar psicológico, pois ao promover ao paciente a sensação de independência dará mais significado à vida e a sensação de pertencimento ao meio em que vive.

Infelizmente a progressão da doença é inevitável e certamente levará o paciente à restrição ao leito. A intensificação dos cuidados fisioterápicos, ainda que paliativos, são de suma importância, pois são responsáveis pela prevenção de infecções recorrentes causadas pela imobilidade. Outro problema detectado está relacionado ao sistema respiratório. É alto o índice de problemas, tais como: pneumonia, pneumonia aspirativa, etc. As técnicas para higiene brônquica, aumento da capacidade ventilatória, dentre outras são indicadas para prevenção.

Mas Doutor, quantas sessões tem que ser feita?

Não há como prever quantas sessões serão necessárias para que o paciente tenha um acompanhamento ideal, porém aconselha-se que tenham de 2 a 3 sessões por semana, mas as atividades físicas devem ser diárias. Caso não seja possível o acompanhamento pelo profissional em fisioterapia, pode-se contratar para uma avaliação e evolução a cada 3 meses, onde ele poderá orientar aos familiares e cuidadores sobre quais exercícios fazer e sobre quais cuidados devem ser adotados.

É importante entender que cada paciente é único! Por se tratar em sua grande maioria de pacientes idosos, conhecer limitações fisiológicas da idade é primordial para que se atinja um resultado adequado.

Como podemos prevenir?

A adoção de hábitos saudáveis ajuda muito na prevenção do Mal de Alzheimer. Fazer uma dieta equilibrada, com baixas quantidades de gorduras, fazer uso moderado de álcool (duas doses diárias para homens e uma para mulheres), não fumar, praticar atividades físicas moderadas ou intensas, manter estímulos cognitivos (leitura, escrita, aprendizagem, etc.) proporciona uma redução de quase 60% nas chances de desenvolver a doença.

Esqueço as coisas. Pode ser Alzheimer?

Esquecer fatos diários, como onde estão as chaves ou a carteira, não quer dizer que a pessoa esteja com Alzheimer. Essa perda de memória pode ser causada por uma infinidade de fatores (medicamentos, depressão, distração, uso de álcool, estresse, etc.)

A perda de memória que podemos relacionar ao Alzheimer são: esquecimento de eventos recentes, atividades, pessoas da família de forma que acabam por atrapalhar o desenvolvimento de suas atividades diárias. Esses são fatores importantes em se observar, principalmente em idosos. Portanto, os familiares e pessoas responsáveis pelo cuidado com idosos devem estar atentos a esses acontecimentos.

Não esqueça, ao sentir ou perceber que algo não está bem, procure orientação de um profissional habilitado!!!

O Carnaval está chegando – curta a folia com responsabilidade.

O carnaval está chegando e com ele a animação e os blocos saem às ruas. Época de se divertir, reunir amigos e familiares, brincar, seja nos blocos de rua ou nos desfiles e trios-elétricos. Época também de não nos esquecermos da, agora não tão forte, mas ainda presente, COVID-19.

Nestes dias com o aumento do número de pessoas nas ruas, aumentam também os acidentes automobilísticos, acidentes domésticos e diminuem as doações de sangue nos bancos de arrecadação. Portanto, temos que ter responsabilidade nas brincadeiras, para que não sejamos vítimas ou causem acidentes.

Arquivo pessoal

Mas e o que você está pensando para você em termos de saúde? Sabemos que nestes dias de festas, eles vêm acompanhados de muitos excessos e maus hábitos. São alimentos com elevados teores de gorduras, que muitas vezes, por conta da época de calor elevado, acabam sendo mal conservadas. Consumo elevado de bebidas alcoólicas e com as longas horas de euforia, também trazem muitas horas mal dormidas.

Todas as situações acima são combustíveis para o mal-estar e complicadores para quem já possui doenças pré-existentes, como hipertensão, diabetes, descontrole dos índices de colesterol. Portanto cuidados extras são essenciais para que mantenhamos nossa saúde, se não em dia, mas que não contribua para piorar o quadro da pessoa.

Alimentação

O Ministério da Saúde disponibiliza em seu site um guia (Guia Alimentar para a População Brasileira) que traz várias dicas de como manter uma alimentação saudável, desta forma poderemos brincar, sem comprometer nossa saúde e melhor, ainda ajudar nosso organismo. No momento da alimentação devemos dar preferência a alimentos leves (frutas e verduras), evitando comprar produtos industrializados ou produzidos de forma industrializada, onde há maiores concentrações de conservantes, corantes, óleos, etc.

Hidratação

O principal cuidado nestes dias de folia está relacionado à hidratação. Nosso corpo é formado por 70% de água e a ingestão de água na quantidade adequada evita alguns sinais e sintomas como: sede, pela seca, cansaço, inquietude e irritabilidade, urina de cor amarela escura, boca ressecada, prisão de ventre, tonturas, dor de cabeça, odor desagradável na boca, vontade de comer doces e cãibras. As crianças e idosos são as principais vítimas da baixa hidratação, por ter a sensação de sede diminuída, portanto estejam atentos a eles.

Com relação a bebidas alcoólicas, estas contribuem e muito para os casos de desidratação e complicações, principalmente nos casos de pessoas que sofrem os efeitos do diabetes e hipertensão.

Portanto, preocupe-se com a ingestão de água na medida certa. A quantidade de água que deve ser ingerida por uma pessoa varia conforme seu peso e a atividade que estiver exercendo, portanto a quantidade de água que uma criança deve ingerir não será a mesma do que a de um adulto. Para um cálculo rápido, a cada 9kg devemos ingerir 250 ml de água (cerca de uma xícara para chá). Um exemplo: um adulto com 72 kg deverá ingerir cerca de 2 litros de água por dia.

Sono

A privação de sono durante os dias de festa também é recorrente e os seus sinais são rápidos. Sintomas como dor de cabeça, cansaço são sentidos pelo indivíduo logo após as primeiras horas de privação. Uma atenção especial deve ser dispensada às pessoas que possuem alguns problemas cardiológicos, principalmente, pois a falta de sono pode agravar seus sintomas, como acontece com os hipertensos, por exemplo. Desta forma, busque sempre manter um mínimo de 8 horas de sono para não perder o melhor da festa.

Depressão

Por fim, mas não menos importante, este problema que tem se tornado uma das principais causas de morte no mundo, a depressão. Neste momento de festividades devemos ter cuidado ao expor pessoas com este problema, pois as festividades, reuniões podem ser gatilhos negativos para esses pacientes.

É grande o número de pessoas que nestes dias atentam contra sua própria vida. Pressão dos familiares por reuniões, eventos, fotos podem ser um verdadeiro terror para quem tem este problema. Geralmente nessas reuniões surgem comentários e para pessoas depressivas podem complicar o quadro.

Por outro lado, trazer pessoas queridas podem ajudar, como gatilhos positivos. Uma atenção, um carinho dessa pessoa podem contribuir muito para o depressivo. Escutar a opinião e permitir que essa pessoa exponha seus sentimentos é de grande valia ao tratamento e a recuperação do paciente. Portanto, tenha uma atenção especial a essas pessoas.

Vamos levar e trazer alegria a todos, para que as brincadeiras de carnaval, a folia, seja mais um alento nesta vida corrida e menos um problema a todos nós.

Curta a folia com responsabilidade! 

HIPNOSE – MITO OU FERRAMENTA?

A hipnose é um estado alterado de consciência em que é possível acessar o subconsciente onde estão armazenadas nossas lembranças, traumas, medos, sentimentos etc., que não é possível acessar de forma consciente.

Mas para isso, precisamos desmistificar a hipnose de como ela vem sendo representada em produções cinematográficas. Ela sempre foi mostrada como uma forma de controle do hipnotista sobre o hipnotizado. Mas na realidade não é isto que acontece.

O estado de hipnose acontece em nosso dia-a-dia e não percebemos. Quando assistimos a um filme, seja de terror, drama, comédia e nos deixamos levar pelas emoções (sugestionamento), pois sabemos que aquela situação não é real, porém aceitamos a condição e reagimos a ela. Isso é um estado de hipnose, pois somos levados a reagir a uma emoção que conscientemente sabemos que não é real, através do sugestionamento.

Aos que pensam que a hipnose é algo novo, lamento discordar, pois trata-se de um conceito milenar, porém foi no ano de 1843 que foi usada pela primeira vez com intuito de tratamento por James Braid, que nomeou também esta técnica, do grego hypnos (sono), por acreditar no estreitamento da consciência, chegando próximo ao que nos encontramos quando estamos no estado do sono. Sendo o pai da hipnose clássica.

Posteriormente, o americano Milton Hyland Erickson com seus estudos e experimentos em clínica, veio a criar a segunda escola em hipnose, a ericksoniana.

A hipnoterapia, método que tem por base a utilização da hipnosea dentro da psicoterapia, para a busca e tratamento de conflitos pelos quais os pacientes estão passando e por meio desta técnica promover a melhora do quadro mental. Sim, a hipnose é uma técnica, portanto, uma ciência e não uma mágica ou feitiço como foi tão explorado no cinema.

Recentemente, dentro da psicoterapia tem-se abordado os aspectos da terapia cognitiva-comportamental com as da hipnose clínica para tratamento de psicopatologias, de forma integrativa.

Cabe salientar que a hipnoterapia é reconhecida como prática pelos conselhos de Medicina, Psicologia e Fisioterapia. Em 2018 foi reconhecida pelo Ministério da Saúde e acrescentada à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e autorizado seu uso no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), desde 2017 e a pandemia só fez agravar este quadro. Segundo ainda a USP (Universidade de São Paulo), 63% dos brasileiros apresentam algum quadro ansioso e 57% estão depressivos.

Outro dado alarmante vem do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema único de Saúde), segundo o órgão nos últimos 20 anos o número de suicídios dobrou, passando de 7 mil para 14 mil eventos, praticamente uma pessoa comete suicídio a cada hora. Este número é maior do que o número de mortos em acidentes de moto, no mesmo período.

Arquivo pessoal

Como vimos, a pandemia causou um verdadeiro “boom” nos casos de transtornos mentais relacionados à depressão e ansiedade. No mundo o aumento dos casos de ansiedade foi da ordem 25,6% e os de depressão 27,6% em 2020.

Como a hipnose pode ajudar?

Utilizamos a hipnose para tentar compreender o início do problema, detectar suas causas, desdobramentos, reafirmações de situações para que quando o paciente se depare com “estes gatilhos” reajam de forma adequada, não caindo novamente no comportamento depressivo ou ansioso.

A hipnose também proporciona a liberação de “bloqueios”. Quando passamos por uma situação traumática, como defesa, colocamos essas situações em “caixas escondidas” em nosso cérebro para que não soframos com elas. Durante o estado de hipnose conseguimos acessar estas caixas e ressignificar essas emoções, de forma que o paciente não sofra mais ao acessar essas memórias.

Além dessa ressignificação das emoções, durante a sessão de terapia, o hipnoterapeuta coloca o que chamamos de “âncoras”, para que quando o paciente venha a se deparar novamente com tal situação, ele sinta um apoio, um renovo na sugestão, de forma que mantenha por mais tempo os efeitos terapêuticos.

É importante deixarmos claro que, durante a hipnose, o paciente tem o total controle de suas emoções e vontades. Ele não fará nada que não queira. Como diria meu tutor: “somos apenas um GPS para guiar os pacientes dentro de suas emoções”. O paciente não revelará nenhum segredo ou fará algo que não deseja, pois o paciente permanece consciente por toda a sessão.

Em que mais a hipnose pode ser usada?

Hoje, a hipnose é utilizada com grande eficácia para tratar diversos outros problemas, além de quadros ansiosos e depressivos, tais como: fibromialgia, transtornos dismórficos corporais (Anorexia, bulimia, etc..), vícios; além de poder ajudar na melhoria de desempenhos profissionais, como: medo de falar em público, falta de confiança, etc..

Procure um profissional qualificado e venha conhecer os benefícios desta técnica.