Serpro e Banrisul vão desenvolver tecnologias conjuntas para o DREX

Empresa pública federal e banco gaúcho assinaram um acordo de cooperação para lançar soluções logo após a regularização da moeda digital brasileira

O Serpro e Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) decidiram unir esforços para criar novas tecnologias para o Digital Real X, ou DREX, a moeda digital brasileira que será produzida e regulada pelo Banco Central. O Acordo de Cooperação Técnica (ACT) foi assinado na sexta-feira, 8, e as duas entidades já estão promovendo a integração de suas equipes de desenvolvimento e estudando “cases” de sucesso.

“É um divisor de águas: vamos aprender juntos, errar juntos, em um ambiente seguro e, ao final, inovarmos juntos” anunciou o presidente do Serpro Alexandre Amorim. “Temos mais de 2.300 desenvolvedores que possuem um conhecimento profundo das tecnologias envolvidas nesse acordo”, complementou Ariadne Fonseca, diretora de desenvolvimento da empresa pública, “a troca de experiências com o Banrisul vai trazer inovações que poderão ser lançadas logo após a regularização do DREX”, concluiu.

Retorno

No passado, o Serpro já teve um protagonismo importante nas áreas bancária e financeira, processando dados de clientes do tamanho da Caixa Econômica e Banco do Brasil. No entanto, os bancos construíram seus próprios data centers e foram ficando independentes. O momento agora é de um retorno da empresa ao mercado financeiro, principalmente a partir das APIs e produtos multiclientes, que trazem acesso em tempo real às informações das bases de governo, tudo em estrita conformidade à LGPD.

“Estamos vivendo um momento de disruptura no sistema financeiro brasileiro, como já demonstrou o PIX. A parceria com o Serpro é crucial para criarmos uma tecnologia de ponta, com o apoio da maior empresa pública de TI da América Latina” avaliou o presidente do Banrisul, Fernando Lemos. A experiência com o banco gaúcho pode trazer um modelo que tem o potencial de ser utilizado por outras cinco mil instituições financeiras em todo o país.

“É uma oportunidade para conseguirmos com que o nome do Serpro entre no mercado que está surgindo em função do DREX. A ideia é levarmos, para esse ambiente, a garantia que a empresa oferece de confiabilidade e sigilo nas transações dos dados”, explica Guilherme Funchal, gerente da Superintendência de Inteligência e Suporte ao Desenvolvimento da empresa pública federal.

Fases do ACT

A previsão inicial de duração do ACT é de um ano. A primeira ação será a criação de uma rede conjunta entre o Serpro e o Banrisul, voltada para publicação de contratos num ambiente de testes do que será futuramente usado pelo DREX.

A segunda fase será a de compartilhar, junto com as equipes de desenvolvimento do banco, conhecimentos relacionados a “smart contract”, uso de bases de dados e criação de aplicações. Além disso, haverá testes dos oráculos desenvolvidos pelo Serpro (mecanismo de verificação de uma informação em uma rede blockchain) nas mesmas operações de transferência de valores que serão usadas no Real Digital. Em um terceiro momento, o Serpro irá conhecer as aplicações do banco e avaliar a criação de soluções conjuntas envolvendo o DREX.