João Ricardo Zimmermann

O avanço do empreendedorismo feminino

Hoje quero falar sobre o empreendedorismo feminino, um movimento que reúne negócios idealizados e comandados por mulheres em busca de crescimento.

As empresas comandadas por mulheres estão crescendo em todo o mundo, contribuindo para a renda familiar e para o crescimento da economia. No entanto, as mulheres enfrentam algumas restrições como o tempo, família, entre outras, que exige muito mais esforço para expandir seus negócios.

Mulheres empreendedoras contribuem significativamente para o crescimento econômico e a redução da pobreza em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, as empresas pertencentes a mulheres já são em torno de 38% segundo o Estadão (2019), são diretamente responsáveis ​​por milhões de empregos. Nos países em desenvolvimento, o empreendedorismo feminino também está aumentando - há cerca de 8 a 10 milhões de pequenas e médias empresas (PMEs) formais com pelo menos uma proprietária.

Embora as mulheres estejam fazendo grandes avanços, muitas vezes necessitam da combinação de educação, habilidades e experiência de trabalho necessária para apoiar o desenvolvimento de negócios altamente produtivos.

"Alguns fracassos são inevitáveis. É impossível viver sem fracassar em alguma coisa, a não ser que você viva tomando tanto cuidado com tudo que você simplesmente não viva.”

Da J. K. Rowling, escritora britânica conhecida pela série de livros "Harry Potter", que vendeu mais de 500 milhões de cópias.

Os empreendedores masculinos, por exemplo, têm mais chances do que as empreendedoras de ter trabalhado CLT antes de iniciar um negócio, por mais que nos dias de hoje, esta situação tem mudado muito, as mulheres têm tomado conta significativamente de funções que a pouco tempo atrás somente homens ocupavam.

Personalidades como Camila Farani e Luiza Helena Trajano colocam o Brasil em destaque mundial de empreendedoras de sucesso, inspirando mais mulheres a assumir posições de destaque no mundo dos negócios.

Isso porque o perfil empreendedor não se restringe às pessoas que abrem seu próprio negócio, mas, sim, àquelas que têm uma postura focada com determinação, coragem e inovação.

“Ser empreendedor significa ser um realizador, que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação. ” (sebrae)

Mas o empreendedorismo feminino vai além, representando uma quebra de paradigmas quanto à capacidade de liderança da mulher.

É por esse motivo que o empreendedorismo feminino vem ganhando força de vários órgãos de todo o planeta

O empreendedorismo feminino colabora para a construção de uma sociedade mais justa, gerando oportunidades de liderança para as mulheres.

Assumir o próprio negócio é uma forma de empoderamento e ascensão para cargos de liderança, com o potencial de mudar a realidade das empreendedoras.

Outro ponto que mostra a relevância do empreendedorismo feminino aparece em um levantamento do Sebrae, que revela que as brasileiras empreendem, principalmente, devido à necessidade de ter outra fonte de renda ou para adquirir a independência financeira.

Ou seja, os ganhos com o próprio negócio ajudam as mulheres a sustentar suas famílias, diminuindo ou acabando com sua dependência financeira quanto aos companheiros, por exemplo.

Estimular o empreendedorismo feminino é necessário porque a presença das mulheres em cargos de liderança resulta em melhorias na sociedade, economia e nas empresas.

Principais dados do empreendedorismo no Brasil

Em 2019, estudo realizado pela consultoria McKinsey, em parceria com o evento Brazil at Silicon Valley, classificou o Brasil como um país de empreendedores ao notar que 39% da população economicamente ativa (PEA) possui sua própria empresa. Segundo um relatório produzido pela MindMiners, 59% dos empreendedores brasileiros são homens, e 41% são mulheres.

Quanto à faixa etária, eles se dividem assim:

32% entre 18 e 24 anos

30% de 25 a 30 anos

27% têm entre 31 e 40 anos

11% têm 41 anos ou mais.

A maior parte (42%) dos negócios atua no online e offline, enquanto outros 38% só têm presença física e 20%, somente online.

A principal motivação citada para abrir a própria empresa foi ter mais liberdade e/ou autonomia (57%), seguida pela percepção de uma oportunidade (53%).

Uma parcela expressiva (35%) também empreende para deixar de ser empregado, por frustração com o mercado de trabalho (19%) e por necessidade (18%).

Análises do Sebrae revelam que o país conta com 9,3 milhões de mulheres à frente de uma empresa, sendo que 45% delas são chefes de família, ou seja, têm a principal renda em seus lares.

Em comparação com os homens que empreendem, elas possuem escolaridade 16% superior, porém, seus negócios faturam 22% menos.

Para se ter uma ideia, em 2018, os empreendedores registraram rendimento mensal médio de R$ 2.344, ao passo que as empreendedoras faturaram, em média, R$ 1.831 por mês.

As mulheres representam 48% dos microempreendedores individuais (MEI) no país, se destacando em setores como beleza, moda e alimentação.

Com tantos negócios de impacto idealizados por mulheres, fica difícil eleger os mais promissores.

Mas vale citar algumas lideranças que têm colocado o Brasil em evidência no universo do empreendedorismo, como Luiza Helena Trajano e Camila Farani.

À frente do Magazine Luiza, a empresária Luiza Helena Trajano começou como balconista na companhia, que pertencia a seus tios desde a década de 1950.

Sonhando em comprar presentes de Natal para a família, Luiza, então com 12 anos, decidiu trabalhar na loja dos tios e conseguiu realizar esse primeiro desejo.

A menina continuou se esforçando, fez faculdade de Administração de Empresas e, em 1991, iniciou a empreitada como gestora, sempre apostando em inovações.

Uma de suas ideias foi inserir computadores nas lojas para que os clientes pudessem encomendar produtos indisponíveis nas prateleiras, ainda em 1992, quando as máquinas eram raridade.

Camila Farani é outra empresária de sucesso que deu os primeiros passos na companhia da família – uma pequena tabacaria.

Aos 21 anos, Camila sugeriu que a mãe incluísse, no cardápio, coquetéis feitos com café, além da versão mais simples da bebida.

O resultado foi um aumento expressivo nas vendas e a formação de uma sociedade com a mãe, sua primeira oportunidade de empreender.

Mais tarde, Camila fundou a G2 Capital, focada em investimentos para empresas de tecnologia, ajudando vários empreendedores a potencializar seu negócio.

Enquanto os empreendedores em geral apontam a liberdade como principal motivo para abrir seu negócio, as mulheres brasileiras acabam tomando essa decisão por necessidade, para complementar a renda ou alcançar a independência financeira.

Isso porque, muitas vezes, elas precisam assumir o sustento da família.

Como mencionado acima, as empreendedoras ainda recebem menos que os homens e, segundo o Sebrae, têm menor acesso a linhas de crédito para estruturar e expandir seu negócio.

Outros desafios estão relacionados à maternidade, que exige maior flexibilidade no trabalho.

Dados da Rede Mulher Empreendedora (RME) revelam que 53% das empreendedoras brasileiras são mães, sendo que a maioria busca por horários flexíveis que permitam conciliar as tarefas domésticas e a vida profissional, exigindo muito esforço e dedicação.

Muitas empreendedoras também tomam esse caminho devido ao pouco espaço em cargos de chefia no mercado tradicional.

Apesar dos desafios, muitas mulheres estão tomando a frente e fazendo a diferença, através da criação de negócios de impacto social e econômico.

Por esse motivo, as mulheres devem ser apoiadas, pela sua capacidade em empreender!

Se gostou deixe seu comentário e compartilhe com seus amigos

Um forte abraço e sucesso!

Por: João Ricardo Zimmermann

YouTube: Liderança Sem Enrolação

Instagram: @joaoricardozimmermann