Futuro Descentralizado leva Auditório e Pilotis da PUC-Rio para o Metaverso

Evento lançou novo modelo de interação para promover o encontro e reduzir limites entre a experiência física e digital

O evento Futuro Descentralizado, realizado pelo ECOA PUC-Rio no fim da semana passada, foi assistido simultaneamente pela primeira vez em múltiplas plataformas. As  audiências ocuparam o espaço físico, a plataforma de transmissão online e o Metaverso. Em pouco tempo, foram mais de 700 acessos ao espaço construído no Spatial, alcançando o Top Trends da plataforma. O emblemático Pilotis da PUC-Rio também fincou bandeira nessa nova fronteira. A ideia é que, assim como no espaço real, este seja um ambiente de efervescência cultural e promoção de ações de impacto social, com um reencontro de ex-alunos, professores e alunos.

Representantes de diversos setores participaram das análises sobre as tendências em tecnologia e no mundo dos negócios. Várias gerações contribuíram com suas visões de Web3, tokenização, Metaverso, NFTs, CBDC, impacto social e ambiental da descentralização, evidenciando que o futuro se constrói com as gerações atuando em multiplataformas. Nomes como Gladstone Arantes, do BNDES; Rodrigo Stallone, do Invest.Rio; Larissa Santos Moreira, Vanessa Fernandes e Thiago Mello, do Itaú; Leandro Vilain, da Febraban; Alexandre Leal, da CNSEG; Adriana Moreira, da Shell; Sergei Beserra, da Gartner; Francisco Carvalho, do Blockchain Rio Festival;  Dominique Valansi, do MAM Rio/NFT.Rio; Cristiane Taneze, da Visa;  Fabio Araujo, do Banco Central do Brasil; Antônia Souza, daMeta; e Claudio Makarovsky, da Microsoft, participaram de palestras em oito painéis. 

Na abertura, o reitor da PUC-Rio, Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J., enfatizou a importância da descentralização, que traz mudanças e avança no pensamento, sem romper com uma unidade estabelecida.

No painel sobre tokenização, Vanessa Fernandes, diretora de tecnologia do Itaú BBA no setor de Digital Assets, anunciou que o banco está lançando uma plataforma que visa transformar ativos do mundo real em tokens no ambiente digital, com uso de blockchain. Vanessa explicou sobre a linha de negócios que também vai prestar serviços para outras instituições financeiras. “Estamos desenvolvendo uma estrutura para vender os nossos tokens. A plataforma também servirá como um serviço. É outra forma de monetizar e trazer mais participantes para o mercado. A gente investiu grande tempo estudando a tecnologia e criando essa plataforma para trazer segurança para o mercado financeiro”, disse.

Outro assunto que não ficou de fora do evento foi a criptomoeda. Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, deu um conselho para os jovens que querem participar do mundo das criptomoedas. “Saber sobre criptomoedas agora é como nos anos 90 saber sobre Internet. Quem resolveu estudar antes, com certeza se destacou no mercado de trabalho, independente da sua profissão. É importante estudar, aprender e participar. Quem chega antes, vence”, afirmou o empresário.

O evento também abriu espaço para jovens talentos. O projeto Vulto, desenvolvido por estudantes dos Programas de Inovação Tecnológica (PIT) da Universidade, encontrou uma forma inovadora de contar sobre o passado. A audiência pode ver um vídeo com um trecho do famoso “Diário de Anne Frank”, uma adolescente judia holandesa, que morreu em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial, sendo lido pela própria. Tudo por meio de técnicas de Inteligência Artificial, que se popularizaram em Deepfakes, processo de inteligência artificial que cria rostos em movimento e vozes.

Para Gustavo Robichez, co-organizador do evento, o encontro mostrou que ainda há muito para se experimentar na fronteira entre as realidades física e digital. “O metaverso reduz limites entre o físico e o digital, oportunizando encontros. O Deepfake mostra que a tecnologia não substitui o passado, porém, pode melhorar nosso entendimento e experiência em relação a nossa história. Ainda temos muito o que pesquisar e realizar”, diz o co-fundador do ecossistema multidisciplinar de inovação aberta ECOA PUC-Rio.

O evento teve  mais de 1.100 inscrições e os participantes tiveram acesso a apresentações e debates sobre os desafios e avanços da descentralização, que permitem o desenvolvimento e a gestão de negócios, serviços e produtos de forma coletiva, dando cada vez mais autonomia à sociedade. Esse novo paradigma provoca ainda transformações profundas nos mercados e nas relações. Todo o conteúdo estará disponível na plataforma https://ecoa.puc-rio.br.