Marcio Renzo

HIPNOSE – MITO OU FERRAMENTA?

A hipnose é um estado alterado de consciência em que é possível acessar o subconsciente onde estão armazenadas nossas lembranças, traumas, medos, sentimentos etc., que não é possível acessar de forma consciente.

Mas para isso, precisamos desmistificar a hipnose de como ela vem sendo representada em produções cinematográficas. Ela sempre foi mostrada como uma forma de controle do hipnotista sobre o hipnotizado. Mas na realidade não é isto que acontece.

O estado de hipnose acontece em nosso dia-a-dia e não percebemos. Quando assistimos a um filme, seja de terror, drama, comédia e nos deixamos levar pelas emoções (sugestionamento), pois sabemos que aquela situação não é real, porém aceitamos a condição e reagimos a ela. Isso é um estado de hipnose, pois somos levados a reagir a uma emoção que conscientemente sabemos que não é real, através do sugestionamento.

Aos que pensam que a hipnose é algo novo, lamento discordar, pois trata-se de um conceito milenar, porém foi no ano de 1843 que foi usada pela primeira vez com intuito de tratamento por James Braid, que nomeou também esta técnica, do grego hypnos (sono), por acreditar no estreitamento da consciência, chegando próximo ao que nos encontramos quando estamos no estado do sono. Sendo o pai da hipnose clássica.

Posteriormente, o americano Milton Hyland Erickson com seus estudos e experimentos em clínica, veio a criar a segunda escola em hipnose, a ericksoniana.

A hipnoterapia, método que tem por base a utilização da hipnosea dentro da psicoterapia, para a busca e tratamento de conflitos pelos quais os pacientes estão passando e por meio desta técnica promover a melhora do quadro mental. Sim, a hipnose é uma técnica, portanto, uma ciência e não uma mágica ou feitiço como foi tão explorado no cinema.

Recentemente, dentro da psicoterapia tem-se abordado os aspectos da terapia cognitiva-comportamental com as da hipnose clínica para tratamento de psicopatologias, de forma integrativa.

Cabe salientar que a hipnoterapia é reconhecida como prática pelos conselhos de Medicina, Psicologia e Fisioterapia. Em 2018 foi reconhecida pelo Ministério da Saúde e acrescentada à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e autorizado seu uso no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), desde 2017 e a pandemia só fez agravar este quadro. Segundo ainda a USP (Universidade de São Paulo), 63% dos brasileiros apresentam algum quadro ansioso e 57% estão depressivos.

Outro dado alarmante vem do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema único de Saúde), segundo o órgão nos últimos 20 anos o número de suicídios dobrou, passando de 7 mil para 14 mil eventos, praticamente uma pessoa comete suicídio a cada hora. Este número é maior do que o número de mortos em acidentes de moto, no mesmo período.

Arquivo pessoal

Como vimos, a pandemia causou um verdadeiro “boom” nos casos de transtornos mentais relacionados à depressão e ansiedade. No mundo o aumento dos casos de ansiedade foi da ordem 25,6% e os de depressão 27,6% em 2020.

Como a hipnose pode ajudar?

Utilizamos a hipnose para tentar compreender o início do problema, detectar suas causas, desdobramentos, reafirmações de situações para que quando o paciente se depare com “estes gatilhos” reajam de forma adequada, não caindo novamente no comportamento depressivo ou ansioso.

A hipnose também proporciona a liberação de “bloqueios”. Quando passamos por uma situação traumática, como defesa, colocamos essas situações em “caixas escondidas” em nosso cérebro para que não soframos com elas. Durante o estado de hipnose conseguimos acessar estas caixas e ressignificar essas emoções, de forma que o paciente não sofra mais ao acessar essas memórias.

Além dessa ressignificação das emoções, durante a sessão de terapia, o hipnoterapeuta coloca o que chamamos de “âncoras”, para que quando o paciente venha a se deparar novamente com tal situação, ele sinta um apoio, um renovo na sugestão, de forma que mantenha por mais tempo os efeitos terapêuticos.

É importante deixarmos claro que, durante a hipnose, o paciente tem o total controle de suas emoções e vontades. Ele não fará nada que não queira. Como diria meu tutor: “somos apenas um GPS para guiar os pacientes dentro de suas emoções”. O paciente não revelará nenhum segredo ou fará algo que não deseja, pois o paciente permanece consciente por toda a sessão.

Em que mais a hipnose pode ser usada?

Hoje, a hipnose é utilizada com grande eficácia para tratar diversos outros problemas, além de quadros ansiosos e depressivos, tais como: fibromialgia, transtornos dismórficos corporais (Anorexia, bulimia, etc..), vícios; além de poder ajudar na melhoria de desempenhos profissionais, como: medo de falar em público, falta de confiança, etc..

Procure um profissional qualificado e venha conhecer os benefícios desta técnica.

As férias chegaram e agora? Atenção aos riscos de afogamentos.

O final do ano chegou e com ele as tão aguardadas férias e confraternizações com amigos e familiares. As famílias reunidas e os destinos preferidos delas são as praias, clubes, pousadas e chácaras à beira d’água.

São muitas comidas, bebidas, risadas e momentos que nos acompanharão por toda a vida. Mas nem sempre essas lembranças podem ser boas, pois com as festividades que quase sempre são regadas às bebidas alcoólicas, vem também acompanhada da negligência de muitas pessoas.

Segundo o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, apesar de nos últimos três anos ter havido uma redução no número de ocorrências envolvendo pessoas que tiveram que ser resgatadas; o número ainda está longe de ser aceitável por nós, pois a cada vida que se perde ou fica com sequelas, são famílias inteiras que são afetadas.  

Para ilustrar como os números ainda são elevados, somente em 2022 foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros, no interior do Estado e região metropolitana da Capital, 728 ocorrências envolvendo o meio aquático. Já na região litorânea foram 1707 ocorrências computadas até o mês de outubro.

Nos últimos anos, as campanhas educativas feitas pela Instituição têm sido intensificadas e este é o principal ponto desta redução, mas não cabe apenas ao Corpo de Bombeiros o empenho, todos nós devemos fazer nossa parte.

Mas se aconteceu. O que fazer?

Se a pessoa foi retirada da água, veja se a vítima tem respiração e acione, através do telefone 193 (Corpo de Bombeiros) ou 192 (SAMU) o auxílio de profissionais qualificados para ajudar se identificando e informando o local exato e as condições da vítima.

Quando a pessoa não estiver respirando, inicie a manobra de reanimação, só devendo parar quando o socorro chegar.

E como fazer a manobra de reanimação?

Coloque a pessoa sobre uma superfície rígida; ajoelhe-se de forma firme ao lado do corpo; entrelace os dedos das suas mãos e posicione sobre o tórax da vítima, na região entre os mamilos. Pressione contra o tórax da pessoa, com o peso de seu corpo somente. Importante não fazer força demais, use somente o próprio peso do seu corpo!A manobra de compressão deverá ser feita entre 100 e 120 repetições por minuto. Se necessário, revezar com alguém, mas não pare até o socorro chegar.

A prevenção é sempre a melhor forma de evitar problemas!

Arquivo pessoal dr. Marcio Renzo.

Existem diversas formas de prevenirmos estes acontecimentos, que podem ocorrer tanto em praias à beira mar, como em córregos, rios, lagos, piscinas e até mesmo em banheiras.

A partir de agora, será exposto as principais orientações para cada um dos ambientes, conforme orientações do Corpo de Bombeiros, abaixo:

Nas praias: nunca deixe crianças sem a supervisão de um adulto; não utilize boias infláveis, estas podem furar; não fazer uso de bebidas alcoólicas ou drogas, antes de entrar nas águas.

Em piscinas: nunca deixe brinquedos no entorno das piscinas, eles ajudam a atrair crianças que podem cair; a piscina deve ser cercada totalmente, tendo um portão para acesso.

No banho: nunca deixe bebê desacompanhado durante o banho, mantenha sempre a atenção até o término. Um dado importante é que 25% dos afogamentos de crianças ocorrem por quedas em baldes, vasos sanitários, caixas de reserva de água ou outros objetos que guardem volumes de água.

Em cachoeiras e rios: não entre em locais onde haja corredeiras e caso esteja em barcos ou outros meios de transporte aquático, use sempre o colete salva-vidas. Em rios sem corredeiras, nunca deixe que a água ultrapasse a altura dos joelhos, nesses locais a profundidade pode se alterar bruscamente. Em represas, tenha atenção com a vegetação no fundo, para que seu corpo não fique enroscado.

O que fazer em caso de ver alguém se afogando?

Chame imediatamente o Corpo de Bombeiros e não tente entrar e salvar a pessoa. É muito perigoso! Tente jogar algo para que a vítima possa se agarrar e ser puxada para fora com segurança ou possa ajudá-la a boiar.

Dicas de ouro para sua segurança!

O verão é uma época do ano em que tanto os adultos, quanto as crianças buscam diversões ligadas à água, portanto seguir as dicas abaixo podem fazer com que essas férias fiquem marcadas somente por boas recordações. Veja!

Para aproveitar as águas com segurança:

  • Nunca confie em boias infláveis;
  • Evite locais onde hajam pedras;
  • Procure sempre locais sinalizados e de preferência onde haja a presença de guarda-vidas;
  • Combinação álcool x água, nem pensar;
  • Não faça refeições pesadas antes de entrar na água;
  • Identificar as crianças com pulseiras com dados como: nome e telefone (essas pulseiras em São Paulo podem ser encontradas com os guarda-vidas);
  • Lembre-se de se proteger do sol. Casos de insolação são encontrados principalmente entre as crianças.
  • Respeite seus limites e evite riscos desnecessários;
  • Caso você esteja nadando e não der mais pé, não entre em pânico. Nade lateralmente e busque pedir ajuda. Tente boiar, se conseguir.
  • Se for mergulhar, procure conhecer o local, profundidade, se há correntes submersas, pedras, como em rios e cachoeiras;
  • Evite nadar ou brincar próximo às embarcações.

Lembrando sempre o ditado: Água no umbigo, sinal de perigo!!

Fonte: Seção de Educação Pública do Corpo de Bombeiros de São Paulo.

Outubro Rosa – Vamos falar sobre isso?

O câncer de mama é o tipo que mais vitimiza as mulheres, por isso o mês de outubro é dedicado à campanha para divulgar informações sobre a prevenção e cuidados. No Brasil, desde a sanção da Lei nº 13.733/2018 que instituiu o mês de conscientização, devem ser desenvolvidas campanhas para a promoção de eventos, palestras para a divulgação de conhecimento sobre o assunto.

Segundo o INCA – Instituto Nacional de Câncer – estima-se que em 2022 cerca de 66.280 mulheres sejam atingidas por esta doença, o que corresponde a 29,7 % de todas as neoplasias. Um último senso realizado em 2020, avaliou que ocorreram 17.285 óbitos relacionados à doença.

Arquivo pessoal. Dr. Marcio Renzo

É importante salientar que o câncer de mama não afeta apenas mulheres, cerca de 1% do total de casos é masculino. A cada 100 mulheres diagnosticadas com este tipo de neoplasia 1 homem é afetado. Se acompanharmos os períodos de 2010 – 2014 e 2015 – 2019 houve um aumento de 0,02%, segundo o INCA.

A fisioterapia é a área da saúde que acompanha o paciente desde o início do tratamento até a alta definitiva. Agimos nas três fases da patologia, ou seja: na prevenção, no pré-cirúrgico e no pós-cirúrgico.

Na fase preventiva, o foco é na orientação, principalmente sobre os hábitos saudáveis, que variam desde a orientação sobre os benefícios de uma dieta saudável, a prática de exercícios físicos, orientação quanto aos fatores estressores de nossa vida diária, diminuição e interrupção do uso do tabaco, a redução ou abstenção de uso de bebidas alcoólicas. Uma das orientações de maior importância sem dúvida é o desenvolvimento do hábito do autoexame mamário, não com o intuito de diagnóstico, mas sim como autoconhecimento do corpo e, em caso de alterações, procurar o atendimento ambulatorial mais próximo com a finalidade de buscar um diagnóstico através de profissionais capacitados.

O Ministério da Saúde orienta para que a faixa etária a ser submetida ao exame de rastreamento com mamografia seja entre 50 e 69 anos, com intervalo de dois anos, sendo contra indicada abaixo dessa faixa etária. Os riscos oferecidos pela mamografia só superam os benefícios nessa faixa. Mulheres com menos de 50 anos que se submetem ao exame podem apresentar as seguintes alterações: grande número de falso-negativos e de falsos-positivos devido às características anatômicas dessa faixa etária; identificação de cânceres indolentes (que não ameaçariam a vida da mulher e acaba sendo tratado) o que coloca esta mulher na condição de desenvolver danos relacionados e aos riscos do tratamento radioativo e/ou quimioterápico. Além disso há a exposição desnecessária à radiação.

É importante que todos esses apontamentos sejam discutidos entre as pacientes e seus médicos, a fim de que a paciente possa exercer seu direito à autonomia sobre o tratamento e ajude seu médico na tomada de decisões.

Arquivo pessoal. Dr. Marcio Renzo

O tratamento cirúrgico para o câncer de mama depende do seu grau de gravidade, podendo variar da extração de um nódulo ou até mesmo da retirada total da mama. O procedimento cirúrgico pode afetar toda a cadeia de linfonodos próxima dessa região, desta forma, o paciente poderá vir a apresentar linfedemas, desconfortos respiratórios, perda ou diminuição da capacidade funcional do membro superior do mesmo lado da mama retirada. Além dos fatores cirúrgicos, o tratamento coadjuvante, como a radioterapia e a quimioterapia, pode comprometer ainda mais esse processo.

A fisioterapia participa do processo cirúrgico preparando a região a ser submetida à cirurgia, promovendo o ganho de massa muscular, expansão torácica e fortalecimento do membro superior do mesmo lado da mama a ser retirada, com a finalidade de minimizar as perdas funcionais. Outra ação muito importante é que com o processo cirúrgico na região, o paciente pode apresentar redução da capacidade respiratória, causando desconforto ao paciente, desta forma, a fisioterapia ajuda no aumento dessa capacidade, minimizando as perdas e as possíveis complicações decorrentes.

O pós-cirúrgico de mastectomia (processo de retirada da mama) podem provocar o surgimento de linfedema na região do membro superior, redução ou perda da mobilidade, dessensibilização da área, perda de força muscular, redução da capacidade ventilatória. As técnicas fisioterápicas vão facilitar a recuperação além de buscar restabelecer as funções normais dos membros afetados e também ajuda na recuperação psicológica desse paciente.

Desta forma, o fisioterapeuta lançará mãos de diversos tipos de exercícios de alongamentos de membros superiores e região torácica, pompages, exercícios passivos, ativos e resistidos para ganho de força muscular de membros superiores, exercícios para aumento da capacidade ventilatória, mobilização cicatricial com a finalidade de redução de aderências das fáscias e melhora da formação cicatricial, além de outras terapias como laser, ultrassom, etc.

Outro ponto a ser observado nos pacientes deste tipo de câncer é o psicológico. Os efeitos do pós-cirúrgico em pacientes de câncer que sofreram mastectomia total ou parcial, principalmente na mulher é a perda da identidade. A paciente geralmente sente a perda da identidade feminina, como se ela deixasse de ser mulher. Isso gera um impacto psicológico imenso, que se não acompanhado poderá evoluir para casos de depressão e ansiedade que serão tão devastadores quanto o próprio câncer.

O acompanhamento psicológico do paciente se confunde com o tratamento físico da doença, pois a intervenção em ambos precocemente é de suma importância para o sucesso do tratamento. Ao perceber os primeiros sinais e sintomas um profissional de saúde deve ser procurado.

Idoso – A celebração de uma vida.

 Como falar de idosos sem pensarmos em histórias? Histórias de vida, de sofrimento de realizações, de carinho e porque não, de cuidados. Cuidados com os filhos, cuidados com os netos, cuidados com o próximo, pois os idosos de hoje vêm de uma realidade de vida, que hoje não nos permitimos mais por medos e aflições.

No dia 1º de outubro é comemorado o dia do Idoso no Brasil, que até então era comemorado no dia 27 de setembro, mas com a aprovação da lei que criou o estatuto do idoso em 1º de outubro, em 2006 achou-se por bem mudar a data de comemoração para este dia também.

O fato é que com o advento do Estatuto do Idoso, o Brasil passou a atender às resoluções que a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OMS (Organização Mundial da Saúde) buscaram para nortear as políticas sobre o envelhecimento no mundo.

Os idosos necessitam de uma atenção especial devido a fragilidade social que estão expostos. Os idosos são grandes fontes de experiências e aprendizados, porém acabam sendo dispensados em nome da necessidade em se ter uma rápida produção e uma menor adaptalidade, por assim dizer, às funções mais modernas.

A verdade é que, os idosos têm uma capacidade diminuída para a evolução moderna por alguns fatores inerentes ao envelhecimento, porém o ganho em previsibilidade de erros, principalmente no campo de gerenciamento humano é muito mais compensatória que quaisquer outras.

A capacidade de previsão pelas experiências já vivenciadas, pelo “feeling” em situações que evolvam vidas e comportamentos humanos são aptidões que se levam anos para forma-las.

Mas para termos acesso a este tesouro deve-se ter atenção a dois pilares para que os idosos possam atingir seus plenos potenciais, que são: a autorrealização e a dignidade.

A autorrealização compreende dois pontos principais: o idoso ter a oportunidade de desenvolver suas potencialidades e ter acesso aos recursos educacionais, culturais e de lazer da sociedade.

Já a dignidade, o idoso deve ter assegurado o direito de viver com dignidade e segurança, sem ser objeto de exploração e maus-tratos físicos ou mentais e a ser tratado com justiça, independentemente da idade, sexo, raça, etnia, deficiências, condições econômicas ou outros fatores.

Esses dois fatores proporcionam ao idoso não somente a capacidade de realizações de suas habilidades plenamente, mas também um ganho em qualidade de vida, além de reduzir os gastos sociais com eles, seja na parte preventiva de doenças ou nas reabilitações e medicamentos.

A ONU (Organização da Nações Unidas) declarou em 2020 em sua Assembleia Geral que a próxima década (2021-2030) seria a Década do Envelhecimento Saudável cujo objetivo é alcançar e apoiar ações de construção de uma sociedade para todas as idades, tornando os idosos o centro do plano, que reunirá os esforços dos governos, sociedade civil, agências internacionais, profissionais, academia, mídia e setor privado para melhorar a vida das pessoas idosas, de suas famílias e comunidades.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lidera esta agenda e delimitou 4 áreas de ação desta década, sendo elas:

  1. Mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos com relação à idade e ao envelhecimento;
  2. Garantir que as comunidades promovam as capacidades das pessoas idosas;
  3. Entregar serviços de cuidados integrados e de atenção primária à saúde centrados na pessoa e adequado à pessoa idosa;
  4. Propiciar o acesso a cuidados de longo prazo às pessoas idosas que necessitem.

Para que as pessoas possam celebrar essa idade com qualidade de vida, é importantíssimo observar alguns fatores que influenciam diretamente esta qualidade, como:

Manutenção de hábitos saudáveis: práticas de exercícios físicos e alimentação equilibrada, evitando exagero e o sedentarismo.

Estimular a mente: tenha um hobbie como leitura, jardinagem ou aprender a tocar um instrumento musical é uma atitude que ajuda a manter a mente estimulada.

Contato interpessoal: manter o contato interpessoal, seja o familiar ou no caso de idosos institucionalizados, com pessoas da comunidade, ajuda na manutenção do bem-estar pessoal, uma vez que a maior queixa dos idosos é a solidão.

Manter os cuidados com a saúde: estabelecer uma rotina de cuidados médicos para a realização de exames preventivos e de acompanhamento é vital para identificar problemas e iniciar o seu tratamento o quanto antes.

Se nossos idosos seguir essas dicas e a sociedade em geral atender ao proposto pelas instituições de saúde, com toda certeza celebraremos muito essa melhor idade.

SUICÍDIO – “A vida é a melhor escolha” – Setembro Amarelo 2022.

O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), desde 2017 e a pandemia só fez agravar este quadro. Segundo ainda a USP (Universidade de São Paulo), 63% dos brasileiros apresentam algum quadro ansioso e 57% são depressivos. Desta forma, o risco de suicídio é aumentado.

Outro dado alarmante vem do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema único de Saúde), segundo o órgão nos últimos 20 anos o número de suicídios dobrou, passando de 7 mil para 14 mil eventos, praticamente uma pessoa comete suicídio a cada hora. Este número é maior do que o número de mortos em acidentes de moto, no mesmo período.

Como vimos, a pandemia causou um verdadeiro “boom” nos casos de transtornos mentais relacionados à depressão e ansiedade. No mundo o aumento dos casos de ansiedade foi da ordem 25,6% e os de depressão 27,6% em 2020.

A campanha Setembro Amarelo veio para dar ênfase nessa atenção, desde 2014. Infelizmente não são todos os países que investem neste tema, apesar de declararem que o fazem. Apenas 38 países têm políticas relacionadas à prevenção ao suicídio.

O evento suicídio é complexo e depende de vários fatores. Transtornos psíquicos de ansiedade, humor e personalidade (depressão), boderline, bipolaridade, abuso de substâncias entorpecentes estão entre os principais atingidos. Porém problemas com o bullying, perdas afetivas, dificuldades no trabalho, conflitos familiares, doenças terminais ou crônicas podem desencadear ideações suicidas também.

Pessoas que têm ideações suicidas costumam dar sinais e precisamos estar atentos para identifica-los e poder ajudar o quanto antes.

Alterações comportamentais, mudanças de humor, verbalizações, isolamento social e abuso de substâncias (drogas, álcool, etc.) são sinais de que a pessoa está buscando ajuda.

Mas como a pessoa se mostra no dia-a-dia?

Como vimos, as pessoas dão sinais de que não estão bem. As alterações comportamentais são mostradas quando a pessoa deixa de fazer coisas que anteriormente lhe dava prazer; deixa de fazer coisa, alegando que está cansada demais; ficam confusas para resolver problemas que antes eram facilmente resolvidas; tem muita dificuldade em tomar decisões.

As alterações de humor se mostram de forma drástica. A pessoa está otimista em relação a algo e tornam-se totalmente pessimistas. Ou são agitadas e eufóricas e passam a ser apáticas e lentas.

Nas verbalizações ou nos “alarmes verbais”, como chamamos, a pessoa começam a proferir a intenção de tirar a vida, que sua vida não vale nada, etc.. são sinais de que algo não está bem.

Uma das principais características do suicida é o isolamento social. O indivíduo deixa de frequentar reuniões familiares, profissionais, não procuram mais os amigos. Tem a solidão como sua principal companhia.

Por fim, os suicidas tendem a buscar o consumo excessivos de bebidas alcoólicas, medicamentos e outras drogas psicoativas. Estudos demonstram que pessoas com depressão ou outros transtornos relacionados ao uso de drogas têm 50% maiores de chances de cometer o suicídio.

Onde procurar ajuda?

No Brasil, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) que foi instituída em 2011, pelo Ministério da Saúde, criou uma gestão integrada e descentralizada dos meios de atendimento que passa pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), passando por leitos de hospitais gerais e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU – Telefone 192) e outros serviços de urgência e emergência, com a finalidade de diagnosticar as necessidades de saúde em cada uma de suas áreas, de forma a organizar os cuidados em saúde mental e efetivar a atenção psicossocial às pessoas com ideação suicida e a seus familiares, por meio da elaboração de ações terapêuticas e monitoramento de cada caso.

Outra forma de buscar ajuda é através do Centro de Valorização da Vida (CVV), uma organização não-governamental que atual em todo o país pelo telefone 188 (24 horas por dia, todos os dias) e também por meio de atendimentos presenciais, nas principais cidades de todos os Estados da federação.

Em caso de emergência, caso você se depare com alguém atentando contra a própria vida, ligue 192 para o SAMU ou 193 para o Corpo de Bombeiros.

Sua atenção e ajuda pode salvar uma vida. A vida é nossa melhor escolha. Sempre!

Eco-ansiedade – Um termo novo para um problema antigo.

As mudanças climáticas têm-se apresentado cada vez mais forte em nossas vidas. São secas intensas, chuvas torrenciais, nevascas poderosas, furacões, tornados, derretimento de geleiras, etc. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, a temperatura global deve alcançar 1,5 grau de aquecimento nas próximas duas décadas e demonstrar com estudos que riscos de uma crise ambiental para as próximas duas décadas estão presentes, além de ter sintomas sentidos já em nossos dias, como os observados nas estiagens, incêndios florestais, inundações e ondas de calor sem precedentes.

Mas você pode estar se questionando: “o que esses assuntos têm a ver com a minha saúde mental?

Dr. Marcio Renzo

O termo eco-ansiedade pode ser um novo para nós no Brasil, mas ao redor do mundo tem-se mostrado bem atual e presente. Segundo a American Psychology Association (APA), definiu o termo como: “o medo crônico de sofrer um cataclisma ambiental que ocorre ao observar o impacto, aparentemente irrevogável, das mudanças climáticas gerando uma preocupação associada ao futuro de si mesmo e das gerações futuras”.

Como vemos, apesar de não ser tratada ainda como uma doença, tem um potencial muito grande para se instalar cada vez mais aqui no Brasil, pois podemos observar cada vez mais esses fenômenos climáticos aqui.

A eco-ansiedade, como um transtorno ansioso, por assim dizer, não afeta todas as pessoas da mesma forma e intensidade. Seus sintomas têm são característicos como nos demais transtornos ansiosos, ou seja, taquicardia, picos de pressão, sono irregular, transtornos gastrointestinais, alterações de humor, depressão, falta de ar. Seu diagnóstico precoce é importante, pois em caso de outras comorbidades presentes podem complicar o quadro.

Seus efeitos tendem a atingir pessoas na faixa de 20 a 30 anos, principalmente que tenham uma maior consciência ambiental, pois a preocupação maior está relacionada ao futuro das novas gerações, aliado ao seu sentimento de culpa por não ter contribuído mais com a preservação ambiental.

Os primeiros relatos desse transtorno foram noticiados nos Estados Unidos, no início dos anos 2000. Até então a preocupação dos pacientes eram com o futuro da próxima geração, porém atualmente as pessoas que apresentam os sintomas temem por seu próprio futuro, tendo em vista a intensidade das mudanças climáticas e seus efeitos no meio ambiente.

 Os efeitos provocados pela eco-ansiedade nos afetam física, mentalmente e socialmente, segundo o US Research Program:

  • Alterações físicas: alterações no estado físico e metabólico, aumento de alergias, maior exposição às doenças transmitidas pelas águas, aumento de episódios originados pelo calor.
  • Alterações mentais: elevado nível de estresse, ansiedade, depressão, sentimento de perda, aflição, tensão nas relações sociais, abuso de substâncias, transtorno de estresse pós-traumático.
  • Alterações na saúde comunitária: aumento de agressões interpessoais, aumento da violência e criminalidade, aumento da instabilidade social e redução da coesão social.

É importante que não se confunda com outro termo relacionado ao estresse pós-traumático que envolve grandes tragédias, que é a Solastalgia. Esta está relacionada ao conjunto de distúrbios psicológicos que ocorrem em uma população local após mudanças destrutivas em seu habitat, decorrentes de ação humana ou climáticas. Estas pessoas têm uma maior probabilidade de desenvolver distúrbios mentais.

Então, a solastalgia está relacionado às pessoas que já sofreram com as mudanças climáticas e a eco-ansiedade é pelo que ainda pode ocorrer devido a elas.

O que devermos fazer para evitarmos esses sintomas?

A melhor forma de resolver um problema é enfrentá-lo. Conhecer o problema. Bancar o avestruz, se esconder do problema não vai ajudar em nada. Devemos procurar controlar os impulsos. Agir de forma a aproveitar o lado positivo das situações. Manter o equilíbrio emocional requer atitudes, que não combinam com ações precipitadas.

Outra forma é reduzir o sentimento de culpa que persegue as pessoas que manifestam a eco-ansiedade, tendo atitudes que ajude a preservar o meio ambiente.

Lembre-se, a eco-ansiedade irá se manifestar principalmente em eventos, notícias e atitudes que envolvam o meio ambiente. Uma boa notícia é que as pessoas que se envolvem com ações preventivas têm aumentado e este aumento influencia aos mais jovens, que por sua vez, se tornam mais preocupadas com as futuras gerações e, porque não, sua própria existência.

Procure ajuda aos primeiros sinais, tenha hábitos sustentáveis e invistam na educação ambiental. Vamos viver uma vida plena!

Fobia social – Não tenha medo de mostrar aos outros o que você tem de melhor.

A fobia social ou transtorno de ansiedade social se caracteriza pela ansiedade irracional, medo, autoconsciência e constrangimento em falar em público, relacionar-se com outras pessoas, interagir. O foco de todo o problema é o paciente sentir-se avaliado o tempo todo.

Como ele sente que não atenderá às expectativas das pessoas, que agirá de forma ridícula ou sofrerá críticas ou será menosprezado, ele evitará ao máximo as interações, prejudicando-o em suas rotinas diárias. Para o fóbico social será um problema manter uma simples conversa, apresentar um trabalho, encontrar familiares, comer em um local público, etc. afetando-o em sua qualidade de vida pessoal e/ou profissional.

Arquivo pessoal.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que o Brasil seja o país mais ansioso e estressado da América Latina, acometendo cerca de 13% de sua população, ou seja, cerca de 26 milhões de pessoas. A fobia social representa parte desta população.

É importante deixar clara a diferença entre fobia social e timidez. A pessoa tímida, ela se deparará com a situação, mas conseguirá enfrentá-la. Como por exemplo: expor um trabalho – o indivíduo terá um pouco de comportamento ansioso, mas conseguirá expor. Outro exemplo: a pessoa se interessa por uma outra, ficará nervoso em dar o primeiro passo, mas irá conversar. Já o fóbico social sentirá dificuldade a ponto de o impedir e provocará um imenso sofrimento.

A fobia social dá indícios da sua instalação de várias formas, sejam elas no psicológico, como no físico também.

Os principais sintomas psicológicos são percebidos quando a pessoa demonstra uma timidez extrema; uma fuga de situações em que precisa se apresentar em público; medo do julgamento alheio e uma percepção irreal das capacidades dela.

Como vimos, ser tímido não é problemas, mas quando a pessoa tem dificuldade de encarar outra pessoa e sofre por esse motivo torna-se extremamente prejudicial. Em relação ao apresentar-se em público, o fóbico até realizará trabalho em grupo, porém é comum no dia da apresentação do trabalho ele faltar com medo de ser obrigado a apresentar. Outro ponto que pesa é a autoestima diminuída. O medo do julgamento alheio por ele achar que não atende às expectativas ou que não se adequa as normas do grupo, causa-lhe um sofrimento enorme, também. Ainda relacionado à essa baixa autoestima, o fóbico tende a ter expectativas muito baixas e, por conta disso, tem imaginações sobre o quê as outras pessoas acharão das atitudes dele, palavras, etc., pois entende que sempre irá errar e será ridicularizado por isso.

Como sabemos, os casos de transtornos ansiosos causam sintomas físicos nos pacientes e a fobia social é mais um caso.

Sintomas como náusea, suor excessivo, taquicardia, dores e diarreia são esperados.

A fobia social, como todo fator estressor, nos traz sensações como se estivéssemos nos preparando para reagir à uma situação de perigo e em cada pessoa estas sensações podem vir em uma intensidade diferente, ou seja, de forma mais branda ou de forma mais expressiva. Portanto, ao sentir esses sintomas procurem ajuda, pois em alguns casos podem se tornarem grave, principalmente se o paciente apresentar uma outra comorbidade.

Por falar em outras comorbidades, é muito comum que transtornos mentais venham sempre acompanhados de outros. A fobia social como um transtorno mental, pode vir acompanhado de outros, como: ansiedade generalizada, depressão, síndrome do pânico, agorafobia e alcoolismo.

É importante deixar claro, quanto a diferença entre a fobia social e a agorafobia. Apesar de nos dois casos a pessoa querer fugir do grupo ou da situação que a coloque frente à multidão, na fobia social o paciente teme o julgamento; o medo está no que as pessoas vão pensar dela. Já na agorafobia, o indivíduo tem medo de não conseguir sair daquele ambiente, ficar preso na multidão. É essencial diferenciar ambos transtornos, para que se tenha um tratamento adequado.

O tratamento indicado para a fobia social está na terapia e no tratamento medicamentoso, portanto, é indicado um tratamento multidisciplinar para melhor atender aos cuidados com o paciente. A terapia é excelente pois através de técnicas de relaxamento, treinamentos de habilidades, a exposição gradual ao do paciente ao seu temor e a reestruturação cognitiva que permitirão ao paciente que ele se reconstrua, preparando-o para eventos futuros, de forma que ele não venha a sofrer.

Ao perceber as situações apresentas, procure um profissional qualificado para melhor atendê-lo!

Agora é só mostrar o que você tem de melhor!

Dismorfia Corporal – Como você se vê?

O transtorno dismórfico corporal ou a dismorfia corporal ou simplesmente TDC é caracterizado pela preocupação da pessoa com um ou mais defeitos em sua aparência física, que não é aparente ou aparente ligeiramente para as demais pessoas. Essa preocupação deve causar incômodo à pessoa, causando-lhe sofrimento significativo, incapacidade de interação social, ocupacional, acadêmica ou qualquer outra forma que a influencie negativamente. Os pacientes com a dismorfia corporal acreditam equivocadamente que as pessoas ao redor estão observando-as e tecendo comentários ruins sobre seus “defeitos”, zombando.

Arquivo - Dr. Marcio Renzo

Alguns comportamentos são observados repetida e excessivamente nesses pacientes, como: olhar no espelho, comparar sua aparência à de outras pessoas, observar variações de tamanho de partes do seu corpo (como orelhas, nariz, mamas, glúteos, pernas, etc...), higiene e roupas, etc. Em homens há um destaque para a comparação relacionado à musculatura e magreza.

É importante destacar que os comentários que esses pacientes fazem a seu próprio respeito vêm acompanhado de expressões, como: horríveis, deformadas, repugnantes, feias, etc., sempre de modo depreciativo. Este comportamento é mais comum nas mulheres, porém também afeta homens. Cerca de 1,7 a 2,9% das pessoas tem esse tipo de transtorno.

Outros comportamentos compulsivos podem ser observados, como o de higiene excessiva que chegam a causar escoriações na pele (tentam remover os defeitos), puxar ou arrancar os cabelos, trocar de roupas, usar chapéu, deixar a barba, enfim tentam camuflar seus defeitos. Muitos desses comportamentos trazem insegurança aos pacientes, que buscam muitas vezes o isolamento social, que nos traz outra preocupação: a depressão e as ideações suicidas. Cerca de 80% das pessoas que possuem este tipo de transtorno têm esses pensamentos e cerca de 30% efetivamente atentam contra a própria vida.

O transtorno dismórfico corporal tem uma relação muito próxima aos transtornos alimentares (principalmente a anorexia nervosa) e ao transtorno dismórfico muscular (também conhecido como Vigorexia), que atinge principalmente os homens. Este transtorno causa a insatisfação com a aparência muscular, fazendo com que o indivíduo busque meios extremos para que sua formação muscular aumente, porém sem sucesso, pois nunca atingem suas próprias expectativas.

Outro ponto, apesar de não se ter muitos estudos que tratam sobre a influência das redes sociais neste tipo de transtorno, pode-se deduzir que elas também podem contribuir para que surjam comparações e afete ao paciente.

O Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é o líder mundial em cirurgias plásticas em jovens. Nos últimos 10 anos houve um aumento de 141% nos procedimentos em jovens de 13 aos 18 anos.

É importante citar estes dois fatores, pois o paciente de TDC tende a se comparar com imagens de celebridades em revistas (mais antigamente) e em redes sociais, este comportamento até recebeu um apelido: “A Dismorfia do Snapchat”. O profissional de saúde deve estar atento, pois muitas vezes os padrões de belezas buscadas por esses pacientes nunca serão atingidos. Hoje os filtros de aplicativos estão tão avançados que distorcem a imagem real das pessoas e tais alterações não são viáveis cirurgicamente falando, além de expor o paciente à risco desnecessário, caso queiram realizá-las.

Portanto, devemos estar atentos a esses comportamentos e ao percebermos que estão ocorrendo com frequência, procurar um profissional habilitado.

NOVEMBRO AZUL – A PREVENÇÃO AO CANCER DE PRÓSTATA É TUDO

Por: Dr Marcio Rogério Renzo - Fisioterapeuta

A Campanha Novembro Azul é dedicada a divulgar informações sobre como prevenir e os cuidados para o câncer de próstata, este que, segundo o INCA – Instituto Nacional de Câncer – entre os anos de 2020 e 2022 vitimaram e vitimarão cerca de 65.840 homens por ano. É o câncer que mais aflige aos homens, tirando o câncer de pele.  Além de representar um valor significativo do total de casos, o índice de casos que levam ao óbito chega a cerca de 16 mil casos por ano.

O câncer de próstata é mais comum em homens acima dos 40 anos de idade, sendo que as alterações patológicas desta glândula aparecem em torno dos 50 anos.

Algumas ocupações estão mais suscetíveis a desenvolver o câncer, por isto, estejam atentos. Profissões como: bombeiros, profissionais dos ramos de indústrias de eletrônicos, pvc, agricultores, mineradores, indústria de semicondutores e eletrodos, de borracha, atividades noturnas, entre outras.

Quais os sinais de que algo não está bem?

Um dos sinais de que há algo errado com a próstata é que com o crescimento e espessamento dos tecidos da glândula, ao atingir um grande volume acaba por comprimir a uretra e impedir a passagem da urina, tornando a micção dolorosa ou difícil e em casos mais exacerbados causando o impedimento da passagem, causando a retenção urinária.

Outros sinais e sintomas são: a necessidade de urinar por mais vezes e a demora para começar a urinar. Essas complicações ao urinar podem levar, nos casos mais graves, a problemas na bexiga e rins. Outro sinal também é a dor óssea, em casos graves, também.

A boa notícia é que se tratada na fase inicial, há grande possibilidade de cura. Porém quando não ocorre, as metástases podem se espalhar por todo o corpo, como linfonodos, ossos e fígado.

Como toda as doenças a melhor forma de combate é a prevenção. Como vimos a idade é um dos principais fatores. Portanto, a partir dos 45 anos, é importantíssimo a realização de exames periódicos para fazer o controle do PSA e o exame do toque. Se é de conhecimento que há histórico familiar, principalmente antes dos 60 anos de idade, a atenção deve ser redobrada, pois aumenta a probabilidade de 3 a 10 vezes.

A obesidade é outro fato que aumenta muito o risco. Portanto investir em hábitos saudáveis, alimentação mais regrada e nutritiva, são formas de prevenção que estão ao alcance de todos. Evitar também o uso de álcool e tabaco, também são essenciais.

Como é o tratamento?

As formas de tratamento para os tipos de câncer vão desde a utilização de medicamentos, terapia hormonal, passando por tratamentos radioterápicos, até a técnicas cirúrgicas para a ressecção parcial ou total da glândula.

Como a fisioterapia atual nestes casos?

Os principais problemas apresentados pelos pacientes de câncer de próstata são: a incontinência urinária e a disfunção erétil.

Na incontinência urinária, o paciente passa a ter perda de urina ou por alterações na bexiga, não consegue armazenar a urina e a qualquer pressão ou contração involuntária deixa a urina escapar. A outra forma, é pelo déficit esfincteriano, que quando a pressão no abdômen é aumentada há a perda de urina, a chamada incontinência de esforço.

A disfunção erétil surge pelo comprometimento nervoso no local, devido ao tratamento. O retorno da ereção, sem o uso de medicação, pode variar de três meses a até um ano. A variação depende muito da idade e do tipo de tratamento utilizado. Desta forma, quanto mais jovem o paciente, mais rápida será a possibilidade de recuperação da ereção.

A atuação do fisioterapeuta será desenvolvida logo após ao tratamento médico. É de suma importância que o profissional observe o mecanismo patológico, a extensão do comprometimento e o tempo pós-operatório. É muito importante que o paciente seja orientado sobre como será desenvolvido o tratamento da área afetada, como funciona o sistema muscular do assoalho pélvico, sua posição.

O tratamento fisioterápico deve ser iniciado o quanto antes, que iniciará com técnicas de cinesioterapia, biofeedback e eletroterapia. Através da cinesioterapia será trabalhado, de forma ativa, a musculatura do assoalho pélvico, com o intuito aumentar a eficácia da ação do esfíncter externo da uretra, que suportará o aumento da pressão intra-abdominal, evitando o escape da urina.

O Biofeedback também trabalhará a musculatura do assoalho pélvico, a fim de fortalecê-la e treiná-la, aumentando a resistência e a coordenação, para a regulação do controle urinário. Essa técnica, que utiliza um eletrodo intrarretal, mostra ao fisioterapeuta a proporção da contração e do relaxamento muscular do paciente, de forma individualizada, além de ser capaz de identificar fenômenos fisiológicos ou fisiopatológicos relacionado às disfunções musculares.

Por fim, não menos importante, a Eletroterapia agirá na estimulação muscular, porém de forma passiva, da musculatura do assoalho pélvico, desta forma fortalecendo e dando tônus muscular. A prática é feita através de eletrodos que podem ser intrarretal ou transcutâneo.

Não seja mais um a entrar nas estatísticas negativas do câncer de próstata. Cuide-se! A prevenção é o melhor de todos os remédios.

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AS FESTAS DE FINAL DE ANO ESTÃO CHEGANDO – E AGORA?

Imagem: divulgação

Por Dr. Marcio Rogério Renzo

O ano está chegando ao seu final e com ele mais um fechamento de um ciclo. Época de confraternizar, reunir amigos e familiares, comemorar as realizações e planejar novas metas para um novo ciclo. Época também, em tempos de pandemia, de fazer um balanço da vida conturbada que foi a deste ano, repensar ações e infelizmente chorar pelos que se foram.

Ah, e o mundo? Foram avanços contra a Covid-19, discussões climáticas, ataques terroristas, reviravoltas tecnológicas, conto de fadas japonês, legalização de cannabis em alguns países, enfim foram muitas mudanças e reviravoltas.

Mas e o que você está pensando para você em termos de saúde? Sabemos que as festas de final de ano vêm acompanhadas de muitos excessos e maus hábitos. São alimentos com elevados teores de gorduras, que muitas vezes, por conta da época de calor elevado, acabam sendo malconservadas. Consumo elevado de bebidas alcoólicas e, como em todos eventos noturnos, muitas horas mal dormidas.

Todas as situações acima são combustíveis para o mal-estar e complicadores para quem já possui doenças pré-existentes, como hipertensão, diabetes, descontrole dos índices de colesterol. Portanto cuidados extras são essenciais para que mantenhamos nossa saúde, se não em dia, mas que não contribua para piorar o quadro da pessoa.

Alimentação

O Ministério da Saúde disponibiliza em seu site um guia (Guia Alimentar para a População Brasileira) que traz várias dicas de como manter uma alimentação saudável, desta forma podemos ter uma ceia farta, sem comprometer nossa saúde e melhor, ainda ajudar nosso organismo. O momento da alimentação também deve ser aproveitado para reunir os amigos e familiares de forma a compartilhar este momento, evitando comprar produtos industrializados ou produzidos de forma industrializada, onde há maiores concentrações de conservantes, corantes, óleos, etc.

Hidratação

Uma das preocupações durante as épocas de festas está relacionado à hidratação. Nosso corpo é formado por 70% de água e a ingestão de água na quantidade adequada evita alguns sinais e sintomas como: sede, pela seca, cansaço, inquietude e irritabilidade, urina de cor amarela escura, boca ressecada, prisão de ventre, tonturas, dor de cabeça, odor desagradável na boca, vontade de comer doces e cãibras. As crianças e idosos são as principais vítimas da baixa hidratação, por ter a sensação de sede diminuída, portanto estejam atentos a eles.

Com relação a bebidas alcoólicas, estas contribuem e muito para os casos de desidratação e complicações, principalmente nos casos de pessoas que sofrem os efeitos do diabetes e hipertensão.

Portanto, preocupe-se com a ingestão de água na medida certa. A quantidade de água que deve ser ingerida por uma pessoa varia conforme seu peso, portanto a quantidade de água que uma criança deve ingerir não será a mesma do que a de um adulto. Para um cálculo rápido, a cada 9 kg devemos ingerir 250 ml de água (cerca de uma xícara para chá). Um exemplo: um adulto com 72 kg deverá ingerir cerca de 2 litros de água por dia.

Sono

A privação de sono durante as festividades também é recorrente e os seus sinais são rápidos. Sintomas como dor de cabeça, cansaço são sentidos pelo indivíduo logo após as primeiras horas de privação. Uma atenção especial deve ser dispensada às pessoas que possuem alguns problemas cardiológicos, principalmente, pois a falta de sono pode agravar seus sintomas, como acontece com os hipertensos, por exemplo. Desta forma, busque sempre manter um mínimo de 8 horas de sono para não perder o melhor da festa.

Depressão

Por fim, mas não menos importante, este problema que tem se tornado uma das principais causas de morte no mundo, a depressão. Neste momento de festividades devemos ter cuidado ao expor pessoas com este problema, pois as festividades, reuniões podem ser gatilhos negativos para esses pacientes.

Estamos saindo de uma situação muito adversa, como foi a pandemia da COVID-19, onde muitas famílias sofreram perdas e, desta forma, um alto índice de pessoas suscetíveis a este problema deve se apresentar em especial nesta virada de ano.

Pressão dos familiares por reuniões, eventos, fotos podem ser um verdadeiro terror para quem tem este problema. Geralmente em reuniões surgem comentários e para pessoas depressivas podem complicar o quadro. Por outro lado, trazer pessoas queridas podem ajudar, como gatilhos positivos. Uma atenção, um carinho desta pessoa podem contribuir muito para o depressivo. Escutar a opinião e permitir que essa pessoa exponha seus sentimentos é de grande valia ao tratamento e a recuperação do paciente.

Portanto esteja atento à essa pessoa, pois nesses momentos que precisamos e darão significado às festividades de final de ano. Confraternizar, reunir, proporcionar bem-estar ao próximo é o principal intuito dessas festas.

Bons momentos e felizes a todos!