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Prevenção ao Suicídio

Busquemos mais a Eros e menos a Thanatos em nossa vida.

Outro setembro que se inicia e como ele uma nova Campanha ao combate a um mal que se espalha de forma silenciosa e voraz. O suicídio é um comportamento complexo, não respeita classe social, raça, credo, cor, sexo, idade etc., invade e toma a todos de forma intensa e destruidora.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos morrem mais pessoas por suicídio que por HIV, malária, câncer de mama, guerras ou homicídios.
 No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou em setembro de 2022 números alarmantes. Entre 2016 e 2021 houve um aumento de cerca de 50% na taxa de mortalidade de adolescentes (15 a 19 anos) e cerca de 45% entre os adolescentes de 10 a 14 anos.
 Houve um declínio nos números de suicídios na Europa, porém aumento na Ásia, América Central e América do Sul.

Apenas 38 países dos 193 no mundo tem estratégias nacionais de prevenção ao suicídio.

Na Psicanálise, o foco são os conflitos internos e a mente inconsciente que são determinantes no comportamento humano. Sob essa visão, podemos tecer que o suicídio é uma resultante de conflitos internos profundos, muitas vezes relacionadas a pulsões de vida (Eros) e de morte (Thanatos).

A prevenção ao suicídio, portanto, envolve a busca pela compreensão e o tratamento desses conflitos internos utilizando ferramentas como a análise de sonhos, associação livre, interpretação da transferência e contratransferência e a hipnose.

A ajuda de um terapeuta capacitado é essencial para o estabelecimento de uma descoberta segura e produtiva para essa pessoa possuidora de conflitos. O terapeuta, inicialmente, deve estabelecer uma relação de confiança e segura, onde o paciente se sinta à vontade para explorar seus pensamentos e sentimentos mais profundos.

É essencial na busca pela prevenção que o paciente se sinta à vontade e faça escolhas conscientes e saudáveis e isso é conseguido através do fortalecimento do Ego. Quando o paciente aprende a lidar melhor com as pulsões vida e morte (Eros e Thanatos) mais consciente e integrada, isso faz que se reduza atos destrutivos, como o suicídio.

Outra questão importante é explorar a motivação subjacente ao suicídio. Onde começam a surgir pensamentos de morte como tentativa de resolver os conflitos internos ou de escapar das dificuldades psicológicas que envolvem a situação. Quando esses pensamentos são analisados, o entendimento do conflito ajuda na descoberta e na solução das raízes do problema, o que leva a reduzir os atos suicidas.

Outra variável importante nessa complexa equação de prevenção é a observância e atenção dos familiares, amigos e das pessoas próximas. Quando percebemos mudanças no comportamento desse indivíduo como: isolamento social, mudanças bruscas de hábitos, humor variável e inconstante, comportamentos destrutivos, falta de zelo próprio, deve-se buscar ajuda profissional e dar apoio à pessoa.

Esse apoio pode vir em forma de palavras amigas e nunca julgamentos, pois a pessoa que passa por essa situação já está em constante e severa avaliação por ela mesma.

A busca pela ajuda terapêutica e profissional é muito importante e ao se deparar com pessoas nessa situação, tente orientar e, acima de tudo, respeitar o espaço e a vontade do indivíduo.

Respeito e afeto são os principais componentes dessa ajuda.

Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) – Terapia ajuda?

Transtorno de Personalidade Borderline (TPB): A terapia psicanalítica é uma aliada maior do que se imagina.

O transtorno de personalidade borderline é descrito por uma instabilidade emocional, impulsividade, relacionamentos intensos e tumultuados, além de uma autoimagem distorcida, sendo observado predominantemente (cerca de 75%) em mulheres. Na psicanálise, o TPB é visto como resultado de conflitos internos profundos, frequentemente relacionados a experiências precoces de desenvolvimento.

O TPB pode ocorrer de forma concomitante a um transtorno depressivo ou bipolar, desta forma, podemos confundir seus diagnósticos. O profissional deve evitar o diagnóstico com base em apresentações dos sintomas momentâneos, deve-se ter o cuidado de observar o paciente num curso prolongado e bem documentado. Outros transtornos de personalidades também podem ser confundidos com o borderline. É importante destacar que apresentando características de mais de um transtorno, todos devem ser documentados e considerados.

Outro fato importante, é que algumas condições médicas relacionadas ao sistema nervoso central podem dificultar o diagnóstico e, portanto, deve ser atentamente observado. Outros pontos também a se considerar é o uso de substâncias que causem alterações psicológicas e problemas de identidade relacionados às fases de desenvolvimento, por exemplo a adolescência, cuja situação não se enquadre como um transtorno mental.

Dentro da visão psicanalítica são observados alguns pontos importantes neste transtorno, que diferencia a abordagem deste paciente das demais técnicas psicológicas, como segue:

·        Exploração do Inconsciente: tem o objetivo de trazer os pensamentos e as emoções reprimidas que influenciam o comportamento e as emoções do paciente. É utilizada a associação livre e a análise de sonhos, onde o terapeuta pode ajudar o paciente a acessar e entender os pensamentos inconscientes que podem causar instabilidade emocional.

·   Compreensão do Desenvolvimento Psicológico: pacientes borderline tiveram experiências de insegurança ou traumas na infância. Através da exploração desses eventos, o psicanalista busca entender como eles moldaram a personalidade e os mecanismos de defesa do paciente. Entender as fases do desenvolvimento psicossexual e os conflitos não resolvidos pode oferecer dicas valiosas para a terapia.

·        Análise da Transferência e Contratransferência: Pacientes com TPB frequentemente transferem sentimentos intensos para o terapeuta, replicando padrões de relacionamentos passados. A análise dessa transferência pelo terapeuta permite que ele entenda esses sentimentos, ajudando o paciente a ter consciência de seus padrões emocionais e comportamentais.

·        Fortalecimento do Ego: O borderline está frequentemente ligado a um ego frágil e a dificuldades em regular emoções. A terapia psicanalítica trabalha para fortalecer o ego, ajudando o paciente a desenvolver um senso mais estável de identidade e autocontrole. Técnicas psicanalíticas ajudam o paciente a juntar aspectos conflitantes de si mesmo, promovendo uma autoimagem mais forte.

·        Mecanismos de Defesa e Resolução de Conflitos Internos: Indivíduos com TPB usam mecanismos de defesa como a divisão (ver pessoas e situações em termos extremos de totalmente boas ou totalmente más). Sabendo disso, o analista ajuda o paciente a reconhecer e substituir esses mecanismos de defesa disfuncionais por formas mais flexíveis de lidar com conflitos internos.

·        Integração de Experiências Emocionais: Através da terapia, o paciente pode começar a juntar experiências emocionais fragmentadas em sua mente, promovendo uma compreensão mais profunda de seus sentimentos e comportamentos. O objetivo terapêutico é promover a capacidade do paciente de tolerar e processar emoções intensas sem recorrer a comportamentos impulsivos.

·         Estabelecimento de Relações Saudáveis: Outro objetivo da terapia é ajudar o paciente a entender e modificar os padrões destrutivos em seus relacionamentos. Dentro do espaço seguro da terapia, o terapeuta ajuda-o a explorar e experimentar novas formas de se relacionar com os outros.

·        Redução de Sintomas e Melhora da Qualidade de Vida: A longo prazo, a psicanálise pode levar a uma redução significativa dos sintomas do TPB, como a impulsividade, a instabilidade emocional e os comportamentos autodestrutivos. Quando se promove uma maior compreensão e aceitação de si mesmo, o paciente pode melhorar a qualidade de vida e sua funcionalidade.

Ainda dentro do campo da psicanálise, a hipnose, pode ajudar muito na compreensão e ressignificação de situações “gatilhos” que elevam muito a suscetibilidade de ocorrências, como: alterações de humor bruscas, eventos impulsivos, posicionamentos autodestrutivos e outros.

A terapia psicanalítica para TPB, como todo e qualquer processo terapêutico, é profundo e complexo, desta forma, exige um compromisso muito forte do paciente e do terapeuta. No entanto, com tempo e dedicação, a terapia proporciona uma melhora muito expressiva na saúde mental e no bem-estar do paciente.

Saúde mental: o impacto da violência doméstica além da agressão.

Não precisamos ficar muito atentos aos jornalísticos para que de imediato surjam notícias sobre violência doméstica em algum ponto do país. Segundo o DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher, em pesquisa apresentada em novembro de 2023, três em cada 10 mulheres já sofreram algum tipo de violência doméstica. Tal pesquisa é realizada bienalmente, desde 2005, e serviu como suporte à criação da “lei Maria da Penha”.

Fonte: DataSenado

Uma primeira informação é que, em sua maioria, o autor da violência é o marido ou companheiro em 52% dos casos, seguido de ex-companheiros/maridos/namorados (15%). Outro ponto importante verificado é o tipo de violência que a mulher sofre: violência psicológica 89% dos casos, violência moral 77%, violência física 76%, violência patrimonial 34% e por fim, a violência sexual 25%. É bom destacar que a maioria das mulheres relataram ter sofrido a primeira violência ainda muito jovens.

Avaliando os dados acima, percebemos como é ainda muito forte este tipo de violência, apesar de que nos últimos anos houve aumento das denúncias, seja nas delegacias, igrejas e no próprio seio familiar.

O fato é que a violência doméstica é um dos principais fatores estressores que tem levado mulheres a buscar ajuda relacionado à saúde mental nos consultórios. Transtornos ansiosos e depressivos estão entre os mais citados.

Quando essas mulheres chegam ao consultório, sempre apresentam comportamentos muito acanhados, com vergonha para falar, diminuídas em sua condição, sofrendo com sua autoestima muito baixa. Várias já apresentando doenças físicas em decorrência do nível de estresse sofrido, dentre as principais: doenças cardiovasculares, reumáticas e gastrointestinais.

Dentro do cuidado na saúde mental dessas vítimas o acolhimento deve ser feito de forma muito cuidadosa e muito empática, pois essas vítimas trazem uma carga de preconceito e descaso muito pesada e todo e qualquer novo trauma compromete e muito seu tratamento.

É importante também e, muitas vezes, não relacionado à saúde da mulher, mas que indiretamente causam verdadeiros estragos em sua saúde psicológica, são os efeitos sofridos pelos filhos. Estudos demonstram que os filhos que conviveram com essa violência apresentam dificuldades de aprendizado, déficit cognitivo, além também de transtornos mentais. Isso tudo para a mãe faz com que ela se sinta incompetente e que tenha falhado como mãe, por não conseguir protegê-los.

Algumas mulheres estão mais suscetíveis a vir a sofrer com a violência doméstica, então conhecer alguns fatores ajudam a identificar possíveis agressores e proteger essas mulheres é essencial. Algumas das situações que indicam que a mulher pode vir a sofrer violências são:

- Mulheres que vivem em isolamento social;

- Pouco conhecimento de seus direitos;

- Mulheres com histórico de doenças mentais;

- Uso de álcool e drogas;

- Dependência afetiva e econômica;

- Presença de comportamentos muito rígidos;

- Mulheres excluídas do mercado de trabalho;

- Deficiências;

- Mulheres de etnias, raças e escolaridades menos assistidas.

Para que a violência doméstica tenha seus efeitos minimizados, algumas medidas e atitudes podem ajudar na redução dos efeitos e no acolhimento dessas vítimas, como: manter um bom relacionamento familiar e o estabelecimento de fortes vínculos afetivos; atitude de buscar ajuda de outras pessoas e profissionais capacitados; buscar manter uma autoestima elevada; manter relações harmoniosas no trabalho; ter consciência de seus direitos e ter capacidade de se manter e a sua família promovem a segurança dessa mulher.

É importante também que as autoridades governamentais priorizem uma rede assistencial em saúde e proteção social bem estruturada e integrada, inclusive aos órgãos de segurança pública e judiciário para que realmente se tenha uma proteção efetiva para essa mulher e família atingida pela violência.

Não esqueça, tenha empatia e caso conheça alguém que esteja vivenciando essa situação, ajude e oriente a procurar os profissionais de saúde mental e assistência social.

CIÚMES – Conheça para aprender a lidar com este sentimento.

O carnaval vem chegando e nesta época, com as brincadeiras e folias, muitos relacionamentos ficam abalados por este sentimento. Mas afinal, o que é o ciúme?

Ciúmes é uma emoção complexa e pode ser definido como um sentimento de insegurança, ansiedade ou medo de perder algo valioso para outra pessoa. Geralmente, está associado a relacionamentos interpessoais, como amorosos, amizades ou até mesmo no âmbito profissional.

Dentro da psicanálise, podemos observar três formas do indivíduo demonstrar esta emoção. O ciúme natural é quando a pessoa vê o seu parceiro sendo admirado por outra pessoa em alguma situação social.  Nesta forma de ciúme é considerado normal, pois é causado por uma situação visível e real. Porém desaparece rapidamente.

No ciúme patológico, torna-se inaceitável ao parceiro, pois acaba sendo uma obsessão. A pessoa que sofre com esta versão de ciúmes procura exageradamente coisas um do outro. Vigia o parceiro em todos seus movimentos, podendo segui-lo certos locais, como o objetivo de encontrar alguma coisa que sustente seu ciúme.

Outra forma de ciúme e mais grave é o neurótico, nesta modalidade o ciúme ocorre sem uma causa real, as suspeitas e os medos da pessoa sufocam o parceiro. A relação se torna extremamente tóxica, pois são feitas acusações, provocações sobre o parceiro ser infiel, constantemente. Além de que este tipo, podemos se dizer, que ele se retroalimenta, fazendo seus medos em relação à outra pessoa aumentarem ainda mais.

Como vimos, essa emoção do ciúme está ligada ao medo de perder algo ou alguém para outra pessoa. Portanto, não podemos restringir a apenas pessoas, sendo assim podemos observar uma outra subdivisão desta emoção ligada ao tipo do bem, por assim dizer, da pessoa que sofre com esta ligação.

No ciúme romântico o foco está no relacionamento amoroso. A pessoa tem medo de perder o seu amado para outra pessoa. Nesta modalidade, podemos evitar que o ciúme cresça mantendo uma comunicação aberta e honesta com o parceiro. Fortalecer a confiança é fundamental, compartilhar sentimentos e preocupações ajuda a reduzir os ciúmes.

O ciúme de amizades está ligado a perder a atenção do amigo para outra pessoa. Podemos evitar isso com a comunicação. Definir as necessidades e expectativas do relacionamento faz com que este ciúme não se fortaleça. Participar de atividades juntos também ajuda no controle e fortalece os laços de amizade.

O ciúme também pode surgir nas relações profissionais, quando a pessoa sente que está sendo superado por um colega de trabalho. Para evitar que isso aconteça e torne o ambiente profissional tóxico, concentre-se no desenvolvimento pessoal e profissional. Estabelecer metas realistas e buscar feedback construtivo ajuda a lidar com esta emoção. Melhorar suas habilidades também ajuda a reduzir esse sentimento. Buscar competições internas, desde que saudável, pode ser motivador também, desde que não comprometa o ambiente de trabalho.

Por fim, mas não menos importante, o ciúme dos bens materiais, neste a pessoa sente inveja das conquistas e pertences materiais da outra pessoa. A prática da gratidão ajuda a reduzir este sentimento. Procure estabelecer metas atingíveis para você e trabalhe constantemente para alcançar, evitando se comparar a outras pessoas.

O mais importante de tudo é que em quaisquer que sejam as formas, quando estes sentimentos se tornam excessivos, deve-se procurar ajuda profissional. Trabalhar a autoestima, em qualquer forma, é fundamental. 

JANEIRO BRANCO – NÃO BASTA PARECER BEM, PRECISA SENTIR-SE BEM.

A campanha Janeiro Branco foi criada pela simbologia atribuída ao mês de janeiro. Por se tratar do primeiro mês do ano há essa questão de fechamento de um ciclo e o recomeço de outro. Já branco, por simbolizar a “página em branco” na qual podemos projetar sonhos, desejos, escrever uma história, onde podemos iniciar novos desafios.

O Brasil tem sido considerado um dos países mais ansiosos do mundo e um dos mais depressivos, também.

Desta forma, a importância desta campanha no sentido de conscientizar as pessoas sobre a necessidade do cuidado com nossa saúde mental.

Como podemos ajudar nossa mente a se manter em forma?

Imagem da internet

Conversando com amigos e parentes sobre a necessidade de nos conhecermos melhor. Ao perceber mudanças de comportamento, atitudes inconvenientes ou mesmo um simples isolamento, dar a devida atenção. Perguntar se aconteceu algo incomum ou se está tudo bem.

Em caso de percebermos tais comportamentos e não pudermos ajudar, indicar que procure ajuda de um profissional em saúde mental, tais como: psicanalista (clique aqui para ver ajuda), psicólogos ou psiquiatras.

Devemos também quebrar um importante tabu que é a busca de ajuda profissional. Devemos desmistificar que só devem procurar psicanalistas e psicólogos quem tem doença mental. Esses profissionais estão para ajudar, não somente nos casos de doenças, mas também para melhorar o desempenho profissional, o autoconhecimento e ajudar nas muitas dúvidas que existem sobre o assunto.

Portanto, se tem alguma dúvida, pode procurar ajuda sem medo de julgamentos ou rótulos. Pense nisso e seja mais saudável. 

FEVEREIRO ROXO – VAMOS FALAR SOBRE ALZHEIMER?

Segundo dados oficiais, o Brasil possui cerca de 1 milhão e duzentas mil pessoas portadores deste mal e no mundo este número deve chegar a 35,6 milhões de pessoas. Com o envelhecimento da população mundial, esses números sofrerão aumentos expressivos chegando aos 65,7 milhões de portadores em 2030 e em 2050 atingirá 115,4 milhões de pacientes, dois terços deste total se concentrando em países em desenvolvimento.

É importante destacar que, segundo o GBD (Global Burden of Disease), que é um estudo que utiliza um método sistemático para analisar perdas de saúde não fatais e para facilitar comparações entre países e doenças mostrou que no mundo entre 1990 e 2016 os casos de demência aumentaram cerca de 117%, colocando o Brasil em segundo lugar, atrás da Turquia. Este estudo mostrou também que os casos de mortes também tiveram um aumento expressivo (148%), representando cerca 2,4 milhões de mortes, sendo a quinta causa de morte.

A doença de Alzheimer (DA) é uma forma de demência, a mais comum na verdade, porém há outros tipos de demência, como as em decorrências do sofrimento de pequenos infartos em áreas específicas do cérebro que podem provocar alguns dos distúrbios, como: perda de memória, dificuldade de orientação no tempo e no espaço, dificuldade de desenvolver pensamentos abstratos, dificuldade de aprendizado e realização de cálculos simples, dificuldades na linguagem, comunicação, desta forma afetando o paciente na execução de suas atividades de vida diária. Alterações de personalidade também estão presentes, bem como de critério de julgamento.

As causas dessa doença ainda não foram delimitadas com exatidão, porém a idade é o principal fator de risco. A partir dos 60 anos de idade é como os surgimento dos primeiros sintomas, aumentando drasticamente com o passar dos anos. A cada cinco anos o número de pacientes dobram, sendo que a menor parte dos pacientes se concentra na faixa entre os 65 e 74 anos de idade. A partir dos 85 anos, metade dos indivíduos desenvolverão a doença. Outro fator de risco foi recentemente indicado, a obesidade. Os estudos mostraram que pessoas com sobrepeso tinham alterações no cérebro semelhantes ao encontrado em pacientes com DA, acendendo um sinal de alerta para este tipo de paciente.

Arquivo pessoal - Alzheimer

Quais são os sinais e sintomas encontrados?

Esta doença tem uma evolução silenciosa, porém constante. Num primeiro momento surgem a perda de memória, confusão e desorientação, ansiedade, agitação, ilusão, desconfiança, alteração de personalidade e do senso crítico. Começam a apresentar dificuldades de realizar as atividades de vida diária (banho, cozinhar, telefonar, etc.).

Em um segundo momento desponta que a principal característica e a que geralmente leva os familiares a procurar auxílio médico que é a dificuldade de reconhecer familiares e amigos. Outros sintomas se intensificam mais, levando este paciente a uma dependência ainda maior.

Em uma próxima fase e mais crítica é a dependência total do paciente. Nesta fase a atenção tem que ser redobrada, pois a restrição ao leito traz diversas complicações que podem acelerar o surgimento da fase terminal ou levar ao óbito diretamente.

No estágio mais avançado da doença os sintomas da fase anterior são agravados e surgem também as infecções de repetição e a disfagia (incapacidade de engolir alimentos), necessitando de alimentação enteral.

Fisioterapia ajuda??

A fisioterapia age no controle dos sinais e sintomas, buscando promover qualidade de vida, além de trazer o bem-estar psicológico, pois ao promover ao paciente a sensação de independência dará mais significado à vida e a sensação de pertencimento ao meio em que vive.

Infelizmente a progressão da doença é inevitável e certamente levará o paciente à restrição ao leito. A intensificação dos cuidados fisioterápicos, ainda que paliativos, são de suma importância, pois são responsáveis pela prevenção de infecções recorrentes causadas pela imobilidade. Outro problema detectado está relacionado ao sistema respiratório. É alto o índice de problemas, tais como: pneumonia, pneumonia aspirativa, etc. As técnicas para higiene brônquica, aumento da capacidade ventilatória, dentre outras são indicadas para prevenção.

Mas Doutor, quantas sessões tem que ser feita?

Não há como prever quantas sessões serão necessárias para que o paciente tenha um acompanhamento ideal, porém aconselha-se que tenham de 2 a 3 sessões por semana, mas as atividades físicas devem ser diárias. Caso não seja possível o acompanhamento pelo profissional em fisioterapia, pode-se contratar para uma avaliação e evolução a cada 3 meses, onde ele poderá orientar aos familiares e cuidadores sobre quais exercícios fazer e sobre quais cuidados devem ser adotados.

É importante entender que cada paciente é único! Por se tratar em sua grande maioria de pacientes idosos, conhecer limitações fisiológicas da idade é primordial para que se atinja um resultado adequado.

Como podemos prevenir?

A adoção de hábitos saudáveis ajuda muito na prevenção do Mal de Alzheimer. Fazer uma dieta equilibrada, com baixas quantidades de gorduras, fazer uso moderado de álcool (duas doses diárias para homens e uma para mulheres), não fumar, praticar atividades físicas moderadas ou intensas, manter estímulos cognitivos (leitura, escrita, aprendizagem, etc.) proporciona uma redução de quase 60% nas chances de desenvolver a doença.

Esqueço as coisas. Pode ser Alzheimer?

Esquecer fatos diários, como onde estão as chaves ou a carteira, não quer dizer que a pessoa esteja com Alzheimer. Essa perda de memória pode ser causada por uma infinidade de fatores (medicamentos, depressão, distração, uso de álcool, estresse, etc.)

A perda de memória que podemos relacionar ao Alzheimer são: esquecimento de eventos recentes, atividades, pessoas da família de forma que acabam por atrapalhar o desenvolvimento de suas atividades diárias. Esses são fatores importantes em se observar, principalmente em idosos. Portanto, os familiares e pessoas responsáveis pelo cuidado com idosos devem estar atentos a esses acontecimentos.

Não esqueça, ao sentir ou perceber que algo não está bem, procure orientação de um profissional habilitado!!!

HIPNOSE – MITO OU FERRAMENTA?

A hipnose é um estado alterado de consciência em que é possível acessar o subconsciente onde estão armazenadas nossas lembranças, traumas, medos, sentimentos etc., que não é possível acessar de forma consciente.

Mas para isso, precisamos desmistificar a hipnose de como ela vem sendo representada em produções cinematográficas. Ela sempre foi mostrada como uma forma de controle do hipnotista sobre o hipnotizado. Mas na realidade não é isto que acontece.

O estado de hipnose acontece em nosso dia-a-dia e não percebemos. Quando assistimos a um filme, seja de terror, drama, comédia e nos deixamos levar pelas emoções (sugestionamento), pois sabemos que aquela situação não é real, porém aceitamos a condição e reagimos a ela. Isso é um estado de hipnose, pois somos levados a reagir a uma emoção que conscientemente sabemos que não é real, através do sugestionamento.

Aos que pensam que a hipnose é algo novo, lamento discordar, pois trata-se de um conceito milenar, porém foi no ano de 1843 que foi usada pela primeira vez com intuito de tratamento por James Braid, que nomeou também esta técnica, do grego hypnos (sono), por acreditar no estreitamento da consciência, chegando próximo ao que nos encontramos quando estamos no estado do sono. Sendo o pai da hipnose clássica.

Posteriormente, o americano Milton Hyland Erickson com seus estudos e experimentos em clínica, veio a criar a segunda escola em hipnose, a ericksoniana.

A hipnoterapia, método que tem por base a utilização da hipnosea dentro da psicoterapia, para a busca e tratamento de conflitos pelos quais os pacientes estão passando e por meio desta técnica promover a melhora do quadro mental. Sim, a hipnose é uma técnica, portanto, uma ciência e não uma mágica ou feitiço como foi tão explorado no cinema.

Recentemente, dentro da psicoterapia tem-se abordado os aspectos da terapia cognitiva-comportamental com as da hipnose clínica para tratamento de psicopatologias, de forma integrativa.

Cabe salientar que a hipnoterapia é reconhecida como prática pelos conselhos de Medicina, Psicologia e Fisioterapia. Em 2018 foi reconhecida pelo Ministério da Saúde e acrescentada à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e autorizado seu uso no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), desde 2017 e a pandemia só fez agravar este quadro. Segundo ainda a USP (Universidade de São Paulo), 63% dos brasileiros apresentam algum quadro ansioso e 57% estão depressivos.

Outro dado alarmante vem do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema único de Saúde), segundo o órgão nos últimos 20 anos o número de suicídios dobrou, passando de 7 mil para 14 mil eventos, praticamente uma pessoa comete suicídio a cada hora. Este número é maior do que o número de mortos em acidentes de moto, no mesmo período.

Arquivo pessoal

Como vimos, a pandemia causou um verdadeiro “boom” nos casos de transtornos mentais relacionados à depressão e ansiedade. No mundo o aumento dos casos de ansiedade foi da ordem 25,6% e os de depressão 27,6% em 2020.

Como a hipnose pode ajudar?

Utilizamos a hipnose para tentar compreender o início do problema, detectar suas causas, desdobramentos, reafirmações de situações para que quando o paciente se depare com “estes gatilhos” reajam de forma adequada, não caindo novamente no comportamento depressivo ou ansioso.

A hipnose também proporciona a liberação de “bloqueios”. Quando passamos por uma situação traumática, como defesa, colocamos essas situações em “caixas escondidas” em nosso cérebro para que não soframos com elas. Durante o estado de hipnose conseguimos acessar estas caixas e ressignificar essas emoções, de forma que o paciente não sofra mais ao acessar essas memórias.

Além dessa ressignificação das emoções, durante a sessão de terapia, o hipnoterapeuta coloca o que chamamos de “âncoras”, para que quando o paciente venha a se deparar novamente com tal situação, ele sinta um apoio, um renovo na sugestão, de forma que mantenha por mais tempo os efeitos terapêuticos.

É importante deixarmos claro que, durante a hipnose, o paciente tem o total controle de suas emoções e vontades. Ele não fará nada que não queira. Como diria meu tutor: “somos apenas um GPS para guiar os pacientes dentro de suas emoções”. O paciente não revelará nenhum segredo ou fará algo que não deseja, pois o paciente permanece consciente por toda a sessão.

Em que mais a hipnose pode ser usada?

Hoje, a hipnose é utilizada com grande eficácia para tratar diversos outros problemas, além de quadros ansiosos e depressivos, tais como: fibromialgia, transtornos dismórficos corporais (Anorexia, bulimia, etc..), vícios; além de poder ajudar na melhoria de desempenhos profissionais, como: medo de falar em público, falta de confiança, etc..

Procure um profissional qualificado e venha conhecer os benefícios desta técnica.

SUICÍDIO – “A vida é a melhor escolha” – Setembro Amarelo 2022.

O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), desde 2017 e a pandemia só fez agravar este quadro. Segundo ainda a USP (Universidade de São Paulo), 63% dos brasileiros apresentam algum quadro ansioso e 57% são depressivos. Desta forma, o risco de suicídio é aumentado.

Outro dado alarmante vem do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema único de Saúde), segundo o órgão nos últimos 20 anos o número de suicídios dobrou, passando de 7 mil para 14 mil eventos, praticamente uma pessoa comete suicídio a cada hora. Este número é maior do que o número de mortos em acidentes de moto, no mesmo período.

Como vimos, a pandemia causou um verdadeiro “boom” nos casos de transtornos mentais relacionados à depressão e ansiedade. No mundo o aumento dos casos de ansiedade foi da ordem 25,6% e os de depressão 27,6% em 2020.

A campanha Setembro Amarelo veio para dar ênfase nessa atenção, desde 2014. Infelizmente não são todos os países que investem neste tema, apesar de declararem que o fazem. Apenas 38 países têm políticas relacionadas à prevenção ao suicídio.

O evento suicídio é complexo e depende de vários fatores. Transtornos psíquicos de ansiedade, humor e personalidade (depressão), boderline, bipolaridade, abuso de substâncias entorpecentes estão entre os principais atingidos. Porém problemas com o bullying, perdas afetivas, dificuldades no trabalho, conflitos familiares, doenças terminais ou crônicas podem desencadear ideações suicidas também.

Pessoas que têm ideações suicidas costumam dar sinais e precisamos estar atentos para identifica-los e poder ajudar o quanto antes.

Alterações comportamentais, mudanças de humor, verbalizações, isolamento social e abuso de substâncias (drogas, álcool, etc.) são sinais de que a pessoa está buscando ajuda.

Mas como a pessoa se mostra no dia-a-dia?

Como vimos, as pessoas dão sinais de que não estão bem. As alterações comportamentais são mostradas quando a pessoa deixa de fazer coisas que anteriormente lhe dava prazer; deixa de fazer coisa, alegando que está cansada demais; ficam confusas para resolver problemas que antes eram facilmente resolvidas; tem muita dificuldade em tomar decisões.

As alterações de humor se mostram de forma drástica. A pessoa está otimista em relação a algo e tornam-se totalmente pessimistas. Ou são agitadas e eufóricas e passam a ser apáticas e lentas.

Nas verbalizações ou nos “alarmes verbais”, como chamamos, a pessoa começam a proferir a intenção de tirar a vida, que sua vida não vale nada, etc.. são sinais de que algo não está bem.

Uma das principais características do suicida é o isolamento social. O indivíduo deixa de frequentar reuniões familiares, profissionais, não procuram mais os amigos. Tem a solidão como sua principal companhia.

Por fim, os suicidas tendem a buscar o consumo excessivos de bebidas alcoólicas, medicamentos e outras drogas psicoativas. Estudos demonstram que pessoas com depressão ou outros transtornos relacionados ao uso de drogas têm 50% maiores de chances de cometer o suicídio.

Onde procurar ajuda?

No Brasil, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) que foi instituída em 2011, pelo Ministério da Saúde, criou uma gestão integrada e descentralizada dos meios de atendimento que passa pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), passando por leitos de hospitais gerais e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU – Telefone 192) e outros serviços de urgência e emergência, com a finalidade de diagnosticar as necessidades de saúde em cada uma de suas áreas, de forma a organizar os cuidados em saúde mental e efetivar a atenção psicossocial às pessoas com ideação suicida e a seus familiares, por meio da elaboração de ações terapêuticas e monitoramento de cada caso.

Outra forma de buscar ajuda é através do Centro de Valorização da Vida (CVV), uma organização não-governamental que atual em todo o país pelo telefone 188 (24 horas por dia, todos os dias) e também por meio de atendimentos presenciais, nas principais cidades de todos os Estados da federação.

Em caso de emergência, caso você se depare com alguém atentando contra a própria vida, ligue 192 para o SAMU ou 193 para o Corpo de Bombeiros.

Sua atenção e ajuda pode salvar uma vida. A vida é nossa melhor escolha. Sempre!

Eco-ansiedade – Um termo novo para um problema antigo.

As mudanças climáticas têm-se apresentado cada vez mais forte em nossas vidas. São secas intensas, chuvas torrenciais, nevascas poderosas, furacões, tornados, derretimento de geleiras, etc. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, a temperatura global deve alcançar 1,5 grau de aquecimento nas próximas duas décadas e demonstrar com estudos que riscos de uma crise ambiental para as próximas duas décadas estão presentes, além de ter sintomas sentidos já em nossos dias, como os observados nas estiagens, incêndios florestais, inundações e ondas de calor sem precedentes.

Mas você pode estar se questionando: “o que esses assuntos têm a ver com a minha saúde mental?

Dr. Marcio Renzo

O termo eco-ansiedade pode ser um novo para nós no Brasil, mas ao redor do mundo tem-se mostrado bem atual e presente. Segundo a American Psychology Association (APA), definiu o termo como: “o medo crônico de sofrer um cataclisma ambiental que ocorre ao observar o impacto, aparentemente irrevogável, das mudanças climáticas gerando uma preocupação associada ao futuro de si mesmo e das gerações futuras”.

Como vemos, apesar de não ser tratada ainda como uma doença, tem um potencial muito grande para se instalar cada vez mais aqui no Brasil, pois podemos observar cada vez mais esses fenômenos climáticos aqui.

A eco-ansiedade, como um transtorno ansioso, por assim dizer, não afeta todas as pessoas da mesma forma e intensidade. Seus sintomas têm são característicos como nos demais transtornos ansiosos, ou seja, taquicardia, picos de pressão, sono irregular, transtornos gastrointestinais, alterações de humor, depressão, falta de ar. Seu diagnóstico precoce é importante, pois em caso de outras comorbidades presentes podem complicar o quadro.

Seus efeitos tendem a atingir pessoas na faixa de 20 a 30 anos, principalmente que tenham uma maior consciência ambiental, pois a preocupação maior está relacionada ao futuro das novas gerações, aliado ao seu sentimento de culpa por não ter contribuído mais com a preservação ambiental.

Os primeiros relatos desse transtorno foram noticiados nos Estados Unidos, no início dos anos 2000. Até então a preocupação dos pacientes eram com o futuro da próxima geração, porém atualmente as pessoas que apresentam os sintomas temem por seu próprio futuro, tendo em vista a intensidade das mudanças climáticas e seus efeitos no meio ambiente.

 Os efeitos provocados pela eco-ansiedade nos afetam física, mentalmente e socialmente, segundo o US Research Program:

  • Alterações físicas: alterações no estado físico e metabólico, aumento de alergias, maior exposição às doenças transmitidas pelas águas, aumento de episódios originados pelo calor.
  • Alterações mentais: elevado nível de estresse, ansiedade, depressão, sentimento de perda, aflição, tensão nas relações sociais, abuso de substâncias, transtorno de estresse pós-traumático.
  • Alterações na saúde comunitária: aumento de agressões interpessoais, aumento da violência e criminalidade, aumento da instabilidade social e redução da coesão social.

É importante que não se confunda com outro termo relacionado ao estresse pós-traumático que envolve grandes tragédias, que é a Solastalgia. Esta está relacionada ao conjunto de distúrbios psicológicos que ocorrem em uma população local após mudanças destrutivas em seu habitat, decorrentes de ação humana ou climáticas. Estas pessoas têm uma maior probabilidade de desenvolver distúrbios mentais.

Então, a solastalgia está relacionado às pessoas que já sofreram com as mudanças climáticas e a eco-ansiedade é pelo que ainda pode ocorrer devido a elas.

O que devermos fazer para evitarmos esses sintomas?

A melhor forma de resolver um problema é enfrentá-lo. Conhecer o problema. Bancar o avestruz, se esconder do problema não vai ajudar em nada. Devemos procurar controlar os impulsos. Agir de forma a aproveitar o lado positivo das situações. Manter o equilíbrio emocional requer atitudes, que não combinam com ações precipitadas.

Outra forma é reduzir o sentimento de culpa que persegue as pessoas que manifestam a eco-ansiedade, tendo atitudes que ajude a preservar o meio ambiente.

Lembre-se, a eco-ansiedade irá se manifestar principalmente em eventos, notícias e atitudes que envolvam o meio ambiente. Uma boa notícia é que as pessoas que se envolvem com ações preventivas têm aumentado e este aumento influencia aos mais jovens, que por sua vez, se tornam mais preocupadas com as futuras gerações e, porque não, sua própria existência.

Procure ajuda aos primeiros sinais, tenha hábitos sustentáveis e invistam na educação ambiental. Vamos viver uma vida plena!

Fobia social – Não tenha medo de mostrar aos outros o que você tem de melhor.

A fobia social ou transtorno de ansiedade social se caracteriza pela ansiedade irracional, medo, autoconsciência e constrangimento em falar em público, relacionar-se com outras pessoas, interagir. O foco de todo o problema é o paciente sentir-se avaliado o tempo todo.

Como ele sente que não atenderá às expectativas das pessoas, que agirá de forma ridícula ou sofrerá críticas ou será menosprezado, ele evitará ao máximo as interações, prejudicando-o em suas rotinas diárias. Para o fóbico social será um problema manter uma simples conversa, apresentar um trabalho, encontrar familiares, comer em um local público, etc. afetando-o em sua qualidade de vida pessoal e/ou profissional.

Arquivo pessoal.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que o Brasil seja o país mais ansioso e estressado da América Latina, acometendo cerca de 13% de sua população, ou seja, cerca de 26 milhões de pessoas. A fobia social representa parte desta população.

É importante deixar clara a diferença entre fobia social e timidez. A pessoa tímida, ela se deparará com a situação, mas conseguirá enfrentá-la. Como por exemplo: expor um trabalho – o indivíduo terá um pouco de comportamento ansioso, mas conseguirá expor. Outro exemplo: a pessoa se interessa por uma outra, ficará nervoso em dar o primeiro passo, mas irá conversar. Já o fóbico social sentirá dificuldade a ponto de o impedir e provocará um imenso sofrimento.

A fobia social dá indícios da sua instalação de várias formas, sejam elas no psicológico, como no físico também.

Os principais sintomas psicológicos são percebidos quando a pessoa demonstra uma timidez extrema; uma fuga de situações em que precisa se apresentar em público; medo do julgamento alheio e uma percepção irreal das capacidades dela.

Como vimos, ser tímido não é problemas, mas quando a pessoa tem dificuldade de encarar outra pessoa e sofre por esse motivo torna-se extremamente prejudicial. Em relação ao apresentar-se em público, o fóbico até realizará trabalho em grupo, porém é comum no dia da apresentação do trabalho ele faltar com medo de ser obrigado a apresentar. Outro ponto que pesa é a autoestima diminuída. O medo do julgamento alheio por ele achar que não atende às expectativas ou que não se adequa as normas do grupo, causa-lhe um sofrimento enorme, também. Ainda relacionado à essa baixa autoestima, o fóbico tende a ter expectativas muito baixas e, por conta disso, tem imaginações sobre o quê as outras pessoas acharão das atitudes dele, palavras, etc., pois entende que sempre irá errar e será ridicularizado por isso.

Como sabemos, os casos de transtornos ansiosos causam sintomas físicos nos pacientes e a fobia social é mais um caso.

Sintomas como náusea, suor excessivo, taquicardia, dores e diarreia são esperados.

A fobia social, como todo fator estressor, nos traz sensações como se estivéssemos nos preparando para reagir à uma situação de perigo e em cada pessoa estas sensações podem vir em uma intensidade diferente, ou seja, de forma mais branda ou de forma mais expressiva. Portanto, ao sentir esses sintomas procurem ajuda, pois em alguns casos podem se tornarem grave, principalmente se o paciente apresentar uma outra comorbidade.

Por falar em outras comorbidades, é muito comum que transtornos mentais venham sempre acompanhados de outros. A fobia social como um transtorno mental, pode vir acompanhado de outros, como: ansiedade generalizada, depressão, síndrome do pânico, agorafobia e alcoolismo.

É importante deixar claro, quanto a diferença entre a fobia social e a agorafobia. Apesar de nos dois casos a pessoa querer fugir do grupo ou da situação que a coloque frente à multidão, na fobia social o paciente teme o julgamento; o medo está no que as pessoas vão pensar dela. Já na agorafobia, o indivíduo tem medo de não conseguir sair daquele ambiente, ficar preso na multidão. É essencial diferenciar ambos transtornos, para que se tenha um tratamento adequado.

O tratamento indicado para a fobia social está na terapia e no tratamento medicamentoso, portanto, é indicado um tratamento multidisciplinar para melhor atender aos cuidados com o paciente. A terapia é excelente pois através de técnicas de relaxamento, treinamentos de habilidades, a exposição gradual ao do paciente ao seu temor e a reestruturação cognitiva que permitirão ao paciente que ele se reconstrua, preparando-o para eventos futuros, de forma que ele não venha a sofrer.

Ao perceber as situações apresentas, procure um profissional qualificado para melhor atendê-lo!

Agora é só mostrar o que você tem de melhor!